O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede inflação oficial do Brasil, subiu para 1,31% em fevereiro, maior alta no segundo mês do ano desde 2003 (1,57%) e a maior taxa desde março de 2022 (1,62%). Dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (12).
Aumento da inflação em fevereiro de 2025 foi influenciado sobretudo pela alta de 16,80% na energia elétrica residencial, que impactou índice em 0,56 ponto percentual (p.p.). No ano, IPCA acumula aceleração de 1,47%, já que registrou 0,16% em janeiro.
Nos últimos doze meses, taxa ficou em 5,06%, acima dos 4,56% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2024, a inflação estava em 0,83%.
Energia, mensalidades escolares, alimentos e transportes: o que mais pesou na inflação
Segundo o IBGE, cerca de 92% do IPCA de fevereiro estão concentrados em quatro dos nove grupos pesquisados: habitação, educação, alimentação e bebidas e transportes.
O grupo habitação, que engloba energia elétrica residencial, subiu de -3,08% em janeiro para 4,44% em fevereiro, trazendo maior impacto (0,65 p.p.) no índice.
Já a maior variação veio de educação, com alta de 4,70% e influenciando em 0,28 p.p. o IPCA. Segundo IBGE, essa alta ocorreu por causa dos reajustes em mensalidades escolares no início do ano letivo. Destacara-se ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%).
“O café, com problemas na safra, está em trajetória de alta desde janeiro de 2024. Já o aumento do ovo se justifica pela alta na exportação, após problemas relacionados à gripe aviária nos Estados Unidos, e, também, pela maior demanda devido à volta às aulas. Além disso, o calor prejudica a produção, reduzindo a oferta”, explica Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.
Já em transportes, houve variação de 0,61% e impacto de 0,13 p.p. no índice geral, também com queda em relação a janeiro (1,30%). Com reajuste no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tarifa administrada pelos estados, esse grupo teve aumento de 2,89% em combustíveis: óleo diesel (4,35%), etanol (3,62%) e gasolina (2,78%).
Produtos alimentícios caíram de janeiro (0,99%) para fevereiro (0,75%), enquanto não alimentícios foram de -0,33% para 1,72%. IPCA abrange famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos. Já o INPC engloba famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos.
Índices contemplam residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.