O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende ampliar financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a outros países, mas os parceiros atuais do banco somam R$ 5,1 bilhões em dívidas com a instituição.
Desde 1998, quando a linha de crédito foi criada, alguns países devedores não cumpriram os compromissos. Até setembro de 2022, havia pagamentos não cumpridos por Moçambique (R$ 627 milhões), Cuba (R$ 1,1 bilhão) e Venezuela (R$ 3,5 bilhões).
Quando há inadimplência do devedor, o BNDES é ressarcido pelo Fundo de Garantia à Exportação (FGE), que cobre calotes em operações de empresas nacionais fora do país. O FGE já devolveu ao banco aproximadamente R$ 5 bilhões — o que significa que ainda faltam R$ 100 milhões.
A origem dos recursos que alimentam o FGE é brasileira. Compõem o fundo, por exemplo, o resultado das aplicações financeiras dos recursos do BNDES, as comissões decorrentes na prestação de garantia e recursos do Orçamento da União.
O R7 questionou o BNDES a respeito da data em que os valores serão cobertos integralmente. O banco confirmou que o ressarcimento será feito na íntegra, mas não detalhou quando.
A proposta de expansão dos financiamentos do BNDES tem sido discutida pelo presidente e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que estão em viagem oficial à Argentina, um dos países beneficiados pela linha que prevê o envio de remessas a outras nações, a BNDES Exim Pós-embarque.
Lula afirmou que “fará um esforço” para ampliar a relação do banco público com países parceiros, inclusive a Argentina. “Acho que pode e é necessário que o Brasil ajude no financiamento para outros países. É isso que vamos fazer dentro das condições econômicas do nosso país”, declarou o presidente.