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Educação brasileira regrediu até sete anos, apontam dados do sistema nacional

 

Em dois anos, a aprendizagem de crianças e adolescentes brasileiros em áreas como matemática e língua portuguesa regrediu a patamares de 2015. O problema causou maior impacto aos alunos do primeiro ciclo do ensino fundamental, etapa essencial para a formação dos estudantes, e o cenário é reflexo direto da pandemia de covid-19.

Essas são algumas conclusões de análises dos resultados do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) realizadas pelo Movimento Pela Base, rede não governamental e apartidária de pessoas e instituições que apoiam a construção e implementação de qualidade da BNCC e do Novo Ensino Médio.

O Saeb vem acompanhando há quase 30 anos o desempenho dos alunos brasileiros e serve de base para compor o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).

“O Saeb nos mostrou que a Covid-19 teve enorme impacto na educação dos brasileiros. Agora, é importante implementar ações pedagógicas para recuperar essas aprendizagens, principalmente porque os dados mostram uma regressão ainda mais acentuada no primeiro ciclo do ensino fundamental”, afirma Alice Andrés Ribeiro, diretora de articulação do Movimento Pela Base.

Notas

Para o 2º ano do ensino fundamental, o Saeb introduziu em 2019 uma avaliação amostral de alfabetização e de matemática. O resultado mostrou que houve queda acentuada em leitura e escrita: a média caiu de 750 em 2019 para 726 em 2021. Em matemática, a queda foi de 9 pontos, para 741.

No 5º ano, as médias de língua portuguesa (queda de 6,6 pontos) e as de matemática (queda de 11 pontos) regrediram aos valores de 2015. No 9º ano, o desempenho dos alunos também retrocedeu a níveis de 2015 para matemática (queda de 6,7 pontos) e de 2017 para português (queda de 2,2 pontos).

A 3ª série do ensino médio registrou desempenho menos pior: as médias caíram 3,5 pontos em português, retrocedendo a níveis de 2019 e 7,6 pontos em matemática, resultado semelhante ao de 2017.

“Os alunos da primeira etapa do fundamental, que passam pela alfabetização e exigem suporte maior de escola e professores, foram os mais prejudicados pela ausência de aulas presenciais durante a pandemia” afirma Alice. “As demais séries registraram quedas maiores em matemática porque essa disciplina exige maior conhecimento escolar.”

Para a líder do Movimento Pela Base, os números já eram esperados, mas precisam servir de alerta urgente para a ação. “O fechamento das escolas teve um impacto direto e interrompeu a tendência de crescimento de desempenho na educação brasileira. Por isso, as autoridades educacionais precisam, o quanto antes, implementar políticas de retomada, tendo como norte a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e o Novo Ensino Médio, e os currículos alinhados a eles.”

(Da Assessoria)

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