O número de candidatos a deputados estadual ou federal vinculado a Bolsonaro (PL) é quase três vezes maior que o do lado de Lula (PT) em Mato Grosso. Os dados do sistema Divulgacand, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que 476 pessoas pediram registro para disputar às eleições.
Quase a metade (48%) está filiada às siglas que fecharam aliança para apoiar as reeleições de Bolsonaro e o governador Mauro Mendes (União Brasil). São 230 candidatos à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal, dentro de nove partidos.
Os números são recorte das alianças firmadas para a Presidência da República e para a o governo estadual. Esse contingente é 2,6 vezes maior que o grupo de oposição.
Os seis partidos unidos em torno da candidatura de Lula, e de Márcia Pinheiro (PV), somam 88 candidatos, também levando em conta as candidaturas para estadual e federal.
Os partidos nas alianças de um lado são União Brasil, MDB, Republicanos, PL, PSB, PSDB, Cidadania, Podemos, PROS; do outro PT, PP, PCdoB, PV, PSD, e Solidariedade.
“A oposição sempre teve muita dificuldade de criar um grupo forte e consistente. É uma questão tanto política quanto econômica que teve início na década de 1970, no regime militar, quando o MDB era um partido ainda da oposição”, explica o analista político Onofre Ribeiro.
Segundo o analista, a construção política mais para o grupo no comando do governo e à direita seria uma característica de Mato Grosso e se manteve, mesmo quando o houve aliança do agronegócio com a esquerda, no começo deste século.
“O Blairo Maggi (PP) foi eleito governador com apoio do Lula, que foi eleito presidente em 2002, mas não venceu em Mato Grosso. O mesmo aconteceu com Dilma Rousseff (PT) 10 anos depois. Ainda assim, o Blairo foi ministro da Agricultura e, antes dele o Neri Geller (PP)”, comenta.
Apenas três partidos no grupo de situação (PSB, Podemos e PL) ultrapassaram o número de 20 candidatos a deputado estadual e nenhum partido da oposição alcançou a marca. O limite ficou em 25.