Depressão e ansiedade são os transtornos mentais que mais afetam os brasileiros. Cerca de 26% da população sofre de ansiedade, isso faz com que o país seja líder no mundo em prevalência de transtornos de ansiedade, de acordo com uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Desde o nervosismo ao realizar tarefas que necessitam de muita atenção, ou até mesmo a falta de ar e dores físicas, estão entre os sintomas da ansiedade. Muitas pessoas tomam diversos medicamentos para conter os momentos de crise, já outras, adotam animais de estimação, que além de ajudar na redução do estresse e do nervosismo, também incentiva a prática de exercícios físicos e promove momentos de distração.
Arquivo Pessoal
O conversou com psicóloga, Stephany Ramires, especialista em Análise do Comportamento Aplicada, que explicou como os animais são importantes para tratar de doenças como a depressão e a ansiedade.
“Em relação aos pacientes diagnosticados com depressão, os animais podem ajudar, por exemplo, a combater pensamentos suicidas, pois criar um animal impõe responsabilidades e promove o autocuidado. Já em relação à ansiedade, existem cães que são treinados para momentos de crise, e podem intervir em situações como a automutilação ou agressão. Nesses casos, é o animal que cuida do dono, e não o inverso”, explica.
A psicóloga conta que ainda é muito difícil para os adultos aceitarem as responsabilidades de ter animais de estimação, fato que não acontece com crianças. “Os adultos possuem mais represálias de ter um animal, porque eles precisam querer ter o bichinho”.
“Já com crianças, que possuem algum tipo de transtorno, isso é mais fácil. Ter um animal ensina ela a criar responsabilidades como dar banho, levar para passear, recolher as fezes, e isso faz com que a criança desenvolva o autocuidado, que é muito importante”.
Estudo realizado pelo Human Animal Bond Research Institute (HABRI), nos Estados Unidos, revelou que 74% das pessoas que possuem pets, relataram melhorias significativas em sua saúde mental, devido à presença do animal.
Atualmente, os animais de estimação são utilizados como suporte emocional e são essenciais em momentos de crise.
“Alguns pacientes que possuem animais como suporte emocional, utilizam os bichinhos como válvula de escape, e eles acabam sendo mais efetivos em tranquilizar crises, do que nós profissionais às vezes”, explica.
Os únicos riscos de possuir um animal para diminuir os efeitos desses transtornos, é a dependência emocional que os pacientes podem desenvolver com os animais, e isso pode agravar a situação do diagnóstico. “Eu tenho pacientes que quando o cachorro adoece, eles também adoecem. Então o cachorro é uma válvula de escape para diminuir os sintomas da crise, mas é algo que precisa ser trabalhado durante a terapia”.
Desenvolvido em 2022 pelas alunas de jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o documentário ‘Sobre Patas’, conta a história de duas tutoras que atribuem sua melhora na saúde mental devido à sua relação com seus animais.
De maneira divertida e descontraída, as personagens Thalita e Milena, contam como a relação com seus animais de estimação, ajudaram elas a melhorarem suas crises de pânico e de ansiedade.
Veja o documentário na íntegra: