O Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian revelou que 6,3 milhões de empresas estavam com o nome no vermelho em setembro. No montante, são 44,6 milhões de dívidas negativadas, totalizando, em valor, R$ 105,2 bilhões somente no mês de referência. Apesar do número alto, o país havia atingido a marca de 66,8 milhões de devedores em junho, o maior índice desde 2016.
A análise também revelou que a maior parte dos débitos (28,9%) das dívidas negativadas foram contraídas com fornecedores e parceiros, designados pela categoria “Outros”. Serviços (27,1%), Bancos e cartões (19,5%) vêm na sequência.
Ainda que algumas variáveis econômicas demonstrem melhora, como a queda da inflação, para reverter o quadro de inadimplência é preciso mais tempo, avisa o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi. “A diminuição da inadimplência depende de uma melhora contínua e prolongada. Estamos começando a ver um cenário mais estabilizado agora, mas é necessária uma tendência positiva consolidada para que esse índice de fato comece a regredir”.
Rabi também explica que a inadimplência é um indicativo em cadeia. “Quando os consumidores conseguirem limpar seus nomes, vão quitar suas dívidas com as empresas. Essas, por sua vez, com um melhor fluxo de caixa, poderão honrar os compromissos financeiros com parceiros e fornecedores e, dessa forma, a inadimplência da pessoa jurídica tende a diminuir”.
REPRESENTATIVIDADE
Outro resultado do levantamento mostrou que entre os negócios negativados a representatividade é maior no setor de Serviços (53,3%). Na sequência estão Comércio (37,7%), Indústria (7,8%), Setor Primário (0,8%) e Outros (0,4%).
O Estado de São Paulo tem a maior fatia dos negócios com o nome no vermelho: mais de 2 milhões. Minas Gerais, em segundo, e Rio de Janeiro, terceiro, acusam números acima de meio milhão de negócios negativados.
MPES
Em setembro, o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian também revelou que 5,6 milhões de negócios de micro e pequeno porte estavam negativados. Isso significa um aumento de 5,0% na comparação ano a ano.
O setor de Serviços teve a maior participação, de 52,2%, seguido pelo Comércio, com 39,4%. Em sequência estavam as Indústrias (7,9%) e Demais (0,5%).
“As empresas menores tendem a demorar mais tempo para se reerguer, mesmo com a economia estável, por isso é importante planejar uma organização financeira e buscar soluções práticas que auxiliem a cobrança assertiva de clientes e a renegociação de dívidas com parceiros e fornecedores”, avalia o vice-presidente de Pequenas e Médias Empresas da Serasa Experian, Cleber Genero.