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Febre no Centro-Oeste, cigarros eletrônicos aumenta em 42% chances de infarto

 

Ao menos um a cada cinco jovens de 18 a 24 anos faz uso de cigarros eletrônicos no Brasil. O dado alarmante, divulgado pelo relatório do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel), aponta ainda que a população da região Centro-Oeste, em 11.2%, é a que mais utiliza esse tipo de dispositivo.

Os dados alarmantes ilustram o cenário que é facilmente visível nas ruas. O cigarro eletrônico, também conhecido como “vape”, inicialmente foi introduzido para o consumo com o discurso de ser menos prejudicial que o comum e que, inclusive, poderia ser utilizado como uma ferramenta de auxílio para abandono do vício em tabaco.

Informações essas que não condizem com a verdade. De acordo com uma pesquisa divulgada recentemente pela Universidade de São Paulo (USP), o uso diário aumenta em 42% as chances de infarto. Fábio Grion, cardiologista do Complexo Hospitalar de Cuiabá (CHC), explica que isso ocorre devido a uma substância presente no aparelho e que é denominada de supernicotina.

Dispositivo traz vapor e essências e torna-se atrativo para os jovens (Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

“Ela é muito mais potente que o conteúdo presente no cigarro convencional. Na verdade, o que ocorre é que acaba sendo entregue a essas pessoas que nem fumavam uma quantidade absurda de nicotina”, reforça o especialista. Enquanto no comum o tabaco é macerado, no “vape” a nicotina líquida é aquecida e equivale a 57mg por ml.

“Isso, enquanto o cigarro tradicional possui o limite de 1mg de nicotina para cada um, para se ter ideia. As pessoas foram induzidas a acreditar no mito que o eletrônico é menos prejudicial, mas estão muito enganadas. Ele traz muitos danos à saúde pulmonar o que, consequentemente, acaba também sobrecarregando o coração”, explica.

Em 2019 o Conselho Federal de Medicina (CFM) emitiu um alerta sobre os riscos desse consumo, informando que existe um acúmulo de evidências que sugerem que eles trazem riscos semelhantes ou mesmo maiores que outras formas de uso de tabaco e que em uma hora de uso eles correspondem a 100 cigarros comuns. O que compromete a saúde dos usuários.

Com esse cenário, o especialista revela que eles acarretam rapidamente em doenças que o convencional possivelmente demoraria anos para provocar. “Uma pessoa, por exemplo, que é usuário, que faz uso regular dessa ferramenta, pode aumentar os fatores de risco e desenvolver um infarto. Isso em qualquer patologia. Ele pode ser somente o gatilho”, afirma.

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