De pequenos escavadores a verdadeiros engenheiros ambientais, os tatus desempenham um papel crucial nos ecossistemas onde vivem. Em Mato Grosso do Sul, diversas espécies de tatus podem ser encontradas devido à rica biodiversidade do estado, especialmente em áreas como o Pantanal e o Cerrado.
Os tatus são criaturas típicas das Américas que intrigam tanto pela aparência peculiar quanto por seus hábitos surpreendentes.
Descubra algumas das curiosidades mais impressionantes sobre diferentes espécies desse animal que é um símbolo da biodiversidade brasileira. Veja abaixo:
Tatu-canastra: o engenheiro do ecossistema

O tatu-canastra é o maior tatu do mundo, chegando a 1,5 metro de profundidade em suas escavações e a 4 metros de comprimento.
O maior tatu do mundo é encontrado no Pantanal e outras áreas florestadas. É uma espécie emblemática e desempenha um papel importante no ecossistema.
Essas tocas são mais do que simples abrigos: elas funcionam como verdadeiros sistemas de “ar condicionado natural” no Pantanal.
Localizadas em áreas florestadas, onde as temperaturas são naturalmente mais amenas, as tocas mantêm uma temperatura constante de 24°C, garantindo conforto tanto nos dias quentes quanto nos dias frios.
Essa estrutura oferece refúgio a várias outras espécies da fauna local, tornando o tatu-canastra essencial para a manutenção do equilíbrio ambiental. Ele realmente faz jus ao título de “engenheiro do ecossistema”.
Tatu-peba: o “papa-defunto”

O tatu-peba, também conhecido como tatu-peludo, é um exemplo de adaptação ao impacto humano. Essa espécie adaptável é comum em áreas de pastagens, agricultura e Cerrado. Também é conhecido como tatu-papa-defunto.
Pequeno, medindo entre 40 e 60 cm e pesando de 5 a 7 kg, é um animal onívoro e oportunista, que se alimenta de frutas, vegetais, pequenos animais e até mesmo carcaças de animais mortos – o que lhe valeu o nome de “papa-defunto”, segundo pesquisadores.
De hábitos diurnos, mas também visto à noite, o tatu-peba tem uma vida solitária, com exceção do período de criação dos filhotes, que pode ser de um a três por gestação, com duração de aproximadamente 65 dias. A longevidade em cativeiro é de até 19 anos.
Tatu-bola: o menor tatu do Brasil

Exclusivo do Brasil, o tatu-bola é pequeno, com até 40 cm de comprimento e pesando cerca de 1,8 kg, e se destaca pelo comportamento típico de enrolar-se em formato de bola quando ameaçado.
Essa estratégia de defesa é possível graças à flexibilidade de sua carapaça, que possui três cintas móveis no dorso.
De hábitos noturnos, o tatu-bola se alimenta de cupins, pequenos invertebrados e frutos. No período reprodutivo, a gestação dura cerca de 120 dias.
Apesar de sua timidez e baixa população, ele ganhou notoriedade ao ser escolhido como mascote da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, chamando a atenção para sua conservação.
O Tatu-Bola pode ser facilmente encontrado no Cerrado e Pantanal, biomas do Mato Grosso do Sul.
Tatu-galinha: correndo de pé e atravessando rios

Entre as espécies mais caçadas do Brasil, o tatu-galinha é uma das espécies mais amplamente distribuídas no Brasil, incluindo Mato Grosso do Sul. É conhecido por sua velocidade e capacidade de nadar.
Ele é capaz de correr com as patas levantadas, equilibrando-se parcialmente nas patas traseiras, o que lhe confere um jeito único de locomover-se.
Com olfato apurado, mas visão e audição fracas, ele muitas vezes se torna uma presa fácil. Curiosamente, as fêmeas dão à luz quatro ou cinco filhotes do mesmo sexo, fenômeno conhecido como poliembrionia.
O tatu-galinha também é um ótimo nadador, atravessando rios rasos caminhando no fundo enquanto prende a respiração.
Um símbolo da biodiversidade
Os tatus são muito mais do que criaturas de aparência exótica. Eles desempenham papéis vitais nos ecossistemas e trazem uma riqueza de curiosidades que nos ajudam a compreender melhor a fauna brasileira.
Proteger essas espécies é garantir o equilíbrio da natureza e preservar uma parte essencial de nossa biodiversidade.