Arqueólogos do Departamento de Arqueologia da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, identificaram artefatos raros da 18ª dinastia egípcia durante escavações no sítio arqueológico de Tell El-Amarna, necrópole nas encostas do rio Nilo. Os registros consistem em um conjunto de joias e datam de 3.500 anos atrás, quando a antiga civilização africana estava sob domínio do faraó Amenófis IV.

(Fonte: Egyptian Ministry of Tourism and Antiquities/Reprodução)(Fonte: Egyptian Ministry of Tourism and Antiquities/Reprodução)

Os outros anéis, envoltos em uma esteira constituída por tecidos e fibras vegetais, apresentavam inscrições com homenagens à “senhora das duas terras”. O estudo indica que essas gravações fazem referência aos dois reinos do Alto Egito e do Baixo Egito, que se uniram em 3.150 a.C. após uma expensa campanha preparada pelo faraó Menés, o fundador da primeira dinastia.

O projeto Armana

Formalizado em 2005, o projeto Armana deu início a uma série de pesquisas na necrópole egípcia e foi responsável por inúmeras restaurações de relíquias, incluindo documentos dedicados ao deus egípcio do sol, Aton. Isso porque o local abriga inúmeros templos em homenagem à religião chamada atenismo, criada pelo faraó Akhenaton e posteriormente encerrada por seu filho Tutancâmon, que mais tarde abandonou a capital para retornar a Tebas.

 

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Relíquias sobre o período e sobre a nova religião, que marcou a transição do politeísmo egípcio para um monoteísmo divisivo e polêmico, resultou no armazenamento de diversos objetos de valor e da consequente eliminação do nome de Akhenaton dos registros de governantes. Com a coroação e adoração de Tutancâmon por parte o povo, um símbolo de restauração se disseminou, consolidando um período de retorno às antigas práticas religiosas no país.

Desde então, uma série de descobertas está sendo realizada na região, mudando a compreensão atual sobre a vida dos antigos egípcios. Além das joias em homenagem a deuses e à unificação dos povos, itens de valor como ferros para marcar escravos, queijo armazenado em vasos de barro e múmias com línguas de ouro marcam um período histórico na arqueologia e trazem implicações interessantes sobre como ocorria o seu entendimento de mundo.