Em uma resposta rápida, a Polícia Judiciária Civil de Tangará da Serra prendeu três dos cinco suspeitos de envolvimento em um crime bárbaro que aconteceu em Tangará da Serra na noite de quinta-feira, 12. Além dos três suspeitos, houve também a apreensão de um menor de 17 anos que é suspeito de também participar da ação que teria sido praticada com requintes de extrema crueldade contra uma menor de 15 anos que teve parte de sua língua cortada.

O fato aconteceu quando a jovem que estava em frente a sua residência foi abordada por cinco homens e levada por três deles para dentro da casa aonde estava a mãe e dois irmão pequenos. Os outros dois ficaram na frente da casa dando apoio como informou o Delegado Adil Pinheiro à imprensa na tarde de sexta, 13, logo após a detenção dos suspeitos.

Segundo o delegado, a jovem foi inquerida a respeito de um homem com quem os rapazes diziam que ela havia tido um relacionamento no passado. Esse rapaz seria membro de uma facção rival e estaria sendo procurado. Como ela negou saber o paradeiro do rapaz começou a sofrer uma infinidade de golpes na cabeça como murros e pontapés dos homens que continuaram a pressioná-la para que informasse aonde ele estaria. Após as diversas negativas e torturas, a jovem foi obrigada a escolher perder a vida ou a língua, optando pela segunda opção. Os envolvidos pegaram então uma toalha e iniciaram o corte com um canivete cego. Nesse momento, conforme relatou a autoridade policial, a menor pediu inclusive para que a mãe segurasse sua mão.

“Eles foram lá e pegaram o celular da vítima para confirmar e disseram para ela escolher e ela escolheu logicamente preservar a vida”,

relata o delegado ao ressaltar que o pedaço cortado foi considerável.

Ainda durante o relato, o delegado disse que o menor era quem portava a arma e que a todo momento dizia querer matar a vítima. Os suspeitos moram no mesmo bairro da menor e todos possuem passagens criminais.

“Menor que teve língua cortada não faz parte de facção”, diz delegado

Após o fato, a menor foi encaminhada para atendimento médico e tão logo tomaram conhecimento do ocorrido, investigadores da Polícia Judiciária Civil de Tangará da Serra iniciaram as investigações e descobriram que os suspeitos estavam em uma kit net, local aonde foram detidos. O delegado ressaltou que a vítima, não possui  nenhum vínculo com facção criminosa.

“A vítima foi acusada de namorar com um cidadão que seria de uma facção criminosa rival há mais de um ano atrás. A crueldade  deles foi tamanha”,

destaca a autoridade policial.

Com a captura dos rapazes, os policiais chegaram ao local aonde aconteceu o descarte de parte da língua da menor e também o canivete usado na barbárie a cerca de 150 metros da casa. Conforme informações repassadas por Doutor Adil, os rapazes e o menor foram autuados pelos crimes de tortura e roubo triplamente qualificados, passaram por Audiência de Custódia e foram encaminhados ao CDP. Já o menor, segue apreendido por cinco dias aguardando transferência para o Socioeducativo. A solicitação foi realizada ainda na quinta-feira pela autoridade policial.

“Se forem condenados nas penas máximas devem ficar por mais de 20 anos porque a tortura é um crime gravíssimo e eles foram qualificados três vezes”.

Além de cortarem a língua roubaram o celular da vítima. Dentre os presos, alguns já assumiram a participação no crime. Quanto ao quinto envolvido, o delegado garantiu que deverá ser detido nas próximas horas e assim como os outros deverá seguir à disposição da justiça.