O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) destaca-se pelo segundo maior custo médio mensal com salários e benefícios no Brasil, atingindo R$ 116.622, muito acima da média nacional de R$ 73.777. Só perde para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), com R$ 120.354 mensais, conforme o relatório Justiça em Números 2024 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Os magistrados de Mato Grosso recebem não apenas uma, mas duas folhas salariais. A primeira inclui o salário base, variando de R$ 35.845,21 para juízes substitutos a R$ 39.719,69 para desembargadores, além de vantagens pessoais. Após descontos de Imposto de Renda e Previdência, o salário líquido é calculado. A segunda folha cobre indenizações e vantagens eventuais, como auxílio-alimentação, auxílio-moradia e gratificações natalinas, sem abatimento de impostos.
Por exemplo, um magistrado em Várzea Grande recebeu R$ 43.014,25 brutos em abril, resultando em R$ 18.042,56 líquidos. A folha complementar somou mais R$ 29.425,28, totalizando R$ 47.467,84. Desembargadores podem ultrapassar R$ 55 mil mensais.
Apesar dos altos salários, muitos magistrados e servidores do TJMT estão insatisfeitos. O Censo do Poder Judiciário revela que 71% dos magistrados consideram a remuneração inadequada e 44,5% estão insatisfeitos com a carreira. Entre os servidores, 44,9% também consideram os salários inadequados. A carga de trabalho é outra fonte de descontentamento, com 79,3% dos magistrados e 64,6% dos servidores achando-a excessiva para a jornada de trabalho regular.
O TJMT enfrenta altos custos salariais e insatisfação entre seus profissionais, levantando questões sobre a eficiência e sustentabilidade do sistema judiciário estadual. A disparidade entre os salários dos magistrados e a média nacional aponta para a necessidade de reformas para equilibrar custos, produtividade e satisfação profissional.