Um dos rapazes que sobreviveu ao sequestro que culminou na morte das irmãs Rayane Alves Porto e Rithiele Alves Porto narrou que quando Rayane foi abordada pelos membros do Comando Vermelho (CV) pensou que a conversa era sobre política, já que a jovem era candidata a vereadora pelo Republicanos em Porto Esperidião (320 km de Cuiabá), onde o crime foi praticado, no último sábado (14).
“QUE os suspeitos perguntaram se eles poderiam ir conversar em outro lugar; QUE Rayane pensou que era sobre política, já que era candidata a vereadora”, traz trecho do depoimento da vítima.
Rayane foi sequestrada junto da irmã e outros dois rapazes enquanto o grupo estava no Festival de Pesca do município. Elas foram levadas para uma casa na região central da cidade, onde foram torturadas e mortas a facadas.
Um dos jovens conseguiu fugir e pediu socorro para a Polícia Militar, já o outro, que também era irmão de Rayane e Rithiele, teve a orelha e um dos dedos mutilado.
A ordem de execução partiu de uma das lideranças do Comando Vermelho, que está detido na Penitenciária Central do Estado (PCE). Ele fez uma vídeochamada de, aproximadamente, três horas com o grupo que sequestrou os jovens e assistiu à sessão de tortura.
O motivo do sequestro e homicídio foi uma fotografia publicada pelas irmãs nas redes sociais, em que aparecem fazendo o número ‘três’ com as mãos, em suposta alusão ao Primeiro Comando Capital (PCC), grupo rival do CV.
MANDANTE IDENTIFICADO
O mandante do duplo homicídio foi identificado como Norivaldo Cebalho Teixeira, conhecido pela alcunha de ‘Véio’. Ele é tido como umas lideranças do Comando Vermelho na região de Cáceres (220 km de Cuiabá). Envolvido com o crime há pelo menos uma década, ele é conhecido por crimes praticados na região da fronteira.
Ele também se ‘destaca’ por ordenar execuções de dentro da cadeia, que são praticadas com ajuda dos comparsas que estão fora das grades.
‘Véio’ ainda tem envolvimento no assassinato do soldado do Exército Thiago Brito de Almeida, praticado em janeiro de 2022, em Cuiabá. Depois de ser identificado como mandante do duplo homicídio de Rayane e Rithiele, Norivaldo foi isolado na PCE.
Além disso, um procedimento administrativo disciplinar foi instaurado para apurar como o faccionado conseguiu acesso a um aparelho celular mesmo estando preso.