Mais do que imaginar como foram os dinossauros, ter uma dimensão física destes répteis gigantes que pisaram na terra há milhões de anos é possível por meio de livros, filmes e fósseis expostos pelo mundo. Em Cuiabá, as réplicas podem ser visitadas no Museu de História Natural de Mato Grosso, que além do seu dino permanente, traz outros exemplares em exposição.
A exposição “Vale dos Dinossauros”, aberta desde o dia 15, estava prevista para permanecer até 25 de fevereiro no local, mas devido ao sucesso de público teve a data limite prorrogada para até o dia 3 de março.
Luiz Leite
De acordo com o assessor do museu, o jornalista Thiago Zina, a extensão do prazo de permanência da exposição itinerante se deu devido à recepção positiva e muito demandada dos visitantes, visando atender também de forma mais ampla o agendamento escolar, que lotou as programações mediadas na última semana.
“Estamos expondo 10 réplicas desses dinossauros cujos exemplares habitaram as Américas e são os conhecidos dinossauros clássicos. Embora nenhum deles tenha registros de que viveram no Brasil até então, temos duas réplicas que são do nosso estado, que são expostas de forma permanente aqui. Essas, sim, têm registro no Brasil, inclusive em Chapada dos Guimarães, e temos fósseis desses dinossauros”, explica.
Para os organizadores, a adesão do público surpreendeu, dado que a “Vale dos Dinossauros” já passou anteriormente por outros locais da Capital. Essa receptividade é refletida nos números. De acordo com Zina, baseado nos registros de assinatura de visitação do museu, a estimativa é de que mais de 4.500 pessoas frequentaram o espaço na última semana desde o lançamento da exposição.
Luiz Leite
Para ele, o sentimento é de realização.“Posso falar por mim e em nome de toda equipe que está lidando com esse volume de público que é muito gratificante ver o encantamento das crianças. Elas conhecem os dinossauros, são famosos, são os queridinhos delas, representados em filmes e desenhos. É muito bom poder proporcionar essa experiência”, afirma.
Ele também pontua a visitação como uma oportunidade para a comunidade cuiabana e mato-grossense prestigiar e vivenciar experiências culturais e históricas fascinantes. “A gente está surpreso com a repercussão dela aqui. Acredito que o museu, nesse ambiente, nessa área verde, traz outra vivência, uma experiência mesmo para quem vem visitar”, pontua.
Luiz Leite
O tamanho dos jurássicos gigantes, bem como seus formatos, cores, contagiam as crianças que ora correm, olham atentas, imitam os gigantes com gestos e sons, extasiadas pelas esculturas. Entre sorrisos e expressões de surpresa, muitos dos visitantes relataram que nunca haviam visitado o museu e que estavam o conhecendo na ocasião, mesmo morando a vida toda em Cuiabá, tendo tomado conhecimento a partir da divulgação da exposição.
É o caso da servidora pública Nilvaine Marques de Oliveira, que foi pela primeira vez ao local e levou a sobrinha de 8 anos. Ela conta que a pequena gosta muito dos dinos e além de vê-los também prestou atenção nas histórias e informações de cada um deles.
“As crianças hoje em dia só ficam no celular, não conhecem a história de Cuiabá, não conhecem museus, essas coisas. Eu achei muito importante trazê-la, porque ao em vez de a criança ficar a tarde inteira ‘pregada’ no celular, é bom conhecer a história de onde ela mora e ver essas coisas diferentes”, afirma.
Luiz Leite
O mesmo comportamento é relatado pela professora Núbia Rafaella Barbosa Neto, da Escola Municipal Francisco Pedroso da Silva. Ela estava conduzindo a segunda turma do dia a visitar o espaço, com 27 alunos. A profissional ressalta que em um mundo onde a tecnologia briga cada vez mais pela atenção dos pequenos, é importante que em momentos como este eles passem pela socialização e aprendizado diferenciado com os colegas.
“Eles estão amando. Eu falei para eles que não é um passeio, é uma aula de campo. Então tudo que sai da sala de aula, o que a gente pode fazer de diferente para atrair a atenção dessa geração é válido. Sempre estou buscando fazer algo diferente nesse sentido”, conta.
Luiz Leite
A educadora ressalta a importância da visita para os estudantes como forma lúdica de proporcionar o aprendizado, onde revisitam conteúdos aplicados em sala de aula de uma forma mais expositiva e até mesmo divertida.
“Às vezes eles não têm oportunidade de vir com a família, e aí a gente vem com a escola e os colegas. A exposição está muito bem organizada, o pessoal recebeu a gente muito bem. Os guias falam sobre a teoria e também a prática. Os alunos estão amando, eles estão maravilhados com tudo que eles estão vendo”, afirma.
Luiz Leite
Serviço
O horário de funcionamento do museu é das 08h às 18h, de quarta a domingo, com entrada gratuita na parte externa e taxa de R$ 12 e R$ 6,50 a meia para entrar. Aos fins de semana a visitação é gratuita.
Tem direito a meia entrada estudantes, professores, idosos, pessoas de baixa renda (CadÚnico; Bolsa Família; ID jovem).
A taxa é revertida para benefícios, melhorias e atividades que o museu desenvolve ao longo do ano. São isentos da taxa crianças até 6 anos, pessoas com deficiência e um acompanhante.
Professores e escolas interessadas em fazer visita mediada em grupos acima de 10 pessoas podem fazer agendamento por meio do email [email protected]
As escolas públicas têm o diferencial do pedido de isenção da taxa, enquanto as particulares pagam meia entrada para os estudantes.
A iniciativa é uma parceria entre o Museu de História Natural de Mato Grosso, Instituto Ecoss, Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel), Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso (ALMT) e Instituto Mato-grossense de Desenvolvimento Humano.
