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Você já se perguntou sobre os cuidados que o alimento precisa ter antes de chegar na sua mesa?

Primeira Página explica o que é bioinsumos, que têm ganhado importância significativa no segmento do agronegócio

O processo para que o alimento chegue em nossa mesa começa no campo, bem cedo. Mas, do campo para a mesa o caminho é longo. E começa na seleção de sementes, plantio, depois a colheita, armazenamento, transporte, até chegar ao ponto de venda.

Parece óbvio e simples, só que não é, porque quando falamos de alimentação precisamos pensar também em qualidade e segurança.

“Em relação à compra de alimento a gente costuma comprar no impulso, principalmente quando descobrimos que o nosso filho tem alergia a alguns produtos como lactose”, disse Thiago Correia, empresário que mudou a visão sobre o alimento depois que se tornou pai.

Assim como fazia o Thiago, poucos se preocupam com esse processo. Geralmente, confiam na marca e no produto que estão acostumados a comprar.

Ou, você já viu alguém comprando óleo de sódio, farinha e rações, perguntando qual foi o impacto que eles geraram no meio ambiente e no futuro?

Mas, é preciso se preocupar, sim, porque antes de chegar na nossa mesa, os alimentos passam por vários processos. Entre eles, a adubação e o combate a pragas agrícolas com defensivos.

Desde o começo dos anos 50, os defensivos receberam vários nomes: agrotóxico, pesticida, praguicida, remédio de planta e veneno. O marco na mudança dos nomes foi por um Projeto de Lei de 2002, como explica o engenheiro-agrônomo Elias Borba Correia Salomão.

“Esse projeto estava denominado pacote do veneno. A partir daí que houve a conscientização da bancada ruralista, e ele passou a ser chamado de defensivo agrícola e defensivo fitossanitário”.

Agora, o que a medicina questiona é o controle desses produtos. Segundo o cardiologista Fábio Argenta, o excesso de defensivos agrícolas no alimento pode gerar risco à saúde.

“Está relacionado a diversas doenças, leucemias, vários tipos de cânceres, lesões no fígado”, ressalta o médico.

Por isso, existe um mercado preocupado com a saúde e a sustentabilidade, que está se fortalecendo.

Com o tempo, a produção de alimentos vem evoluindo com novas tecnologias. E aí que começamos a falar dos bioinsumos, que são organismos vivos como bactérias, insetos ou plantas usadas para melhorar a fertilidade do solo ou controle de pragas e doenças nas lavouras. Isso, em substituição ou complementação ao uso dos químicos.

O pesquisador em fitopatologia e biológicos na Fundação Mato Grosso, João Paulo Ascare, explicou que os bioinsumos, têm ganho uma importância bastante significativa no segmento do agronegócio.

“Esses produtos químicos, eles estão nessas condições de alta intensidade de pragas, de doenças e até mesmo nematoides no solo, então a gente está tendo dificuldades para ter um controle significativo dessas pragas”.

Por isso, os bioinsumos e os biofungicidas têm apresentado uma performance de controle bastante significativa nos dias de hoje.

O que são os bioinsumos?

Os bioinsumos são produzidos a partir de organismos vivos. Como fungos e bactérias, por exemplo. Quando aplicados ao manejo da lavoura, eles conseguem melhorar a qualidade e a produtividade de forma sustentável e natural.

“Folhosas, frutas, aqueles consumidos em natura, eles podem ir ao prato com um residual de produtos por desorientação agronômica. Pelo lado do bioinsumo, esse é o principal ponto de ruptura. A partir do momento que eu tenho o maior uso intensivo de bioinsumo no sistema de produção, esse risco cai praticamente a zero. Eu não vou ter residual no alimento de mesa”, afirmou o engenheiro-agrônomo Elias Borba.

Foto Agro 1
Foto: Ilustrativa | Crédito: Marcelo Souza

Um exemplo de quem acreditou nesse cuidado é do produtor rural Cristian Boing. Ele planta soja, milho, feijão e arroz em Campo Verde, em Mato Grosso. Desde 2007, ele usa os bioinsumos.

“Nós usamos o bioinseticida, já conhecido por nós há muitos anos. A gente coletava as lagartas para fazer o baculovírus e assim ter um controle sem necessidade de aplicação química. Hoje, a gente trabalha com algumas bactérias a mais nesse sentido, como inseticida, outras como fungicida, outras como bioestimulantes e biofertilizantes. Tem dado resultado. Pelo benefício, pelo custo, também pelo cuidado pelo meio ambiente, pela preocupação com a saúde da gente que manuseia na agricultura esses produtos quanto o produto final que vai para o consumo”.

E a ciência aprova o resultado na saúde. O médico Fábio Argenta fala que os bioestimulantes são reconhecidos como aliados estratégicos na produção de alimentos saudáveis.

“Os bioestimulantes impulsionam o crescimento e o desenvolvimento dos vegetais, que, metabolicamente ajustados, ou seja, bem-nutridos, são capazes de sustentar uma produção de alimentos saudáveis, fazendo com que chegue na nossa mesa alimentos da melhor qualidade possível, contribuindo. Não apenas para a saúde cardiovascular, como para a nossa saúde como um todo”, diz Fábio.

Mercado de bioinsumos

Lucas Ribeiro é gerente de comunicação de um grupo mato-grossense que desenvolveu tecnologias inovadoras em lavouras de soja, milho e algodão.

Essa empresa possui uma biofábrica que produz agentes de controle biológico que atuam no combate de pragas e doenças de forma sustentável e regenerativa.

O grupo também é dono de uma indústria de fertilizantes orgânicos feitos a partir da carcaça de tilápia.

“A carne que ainda está ali na carcaça de tilápia é uma proteína pura, de peixe, essa proteína depois que ela passa por um processo de quebra das suas moléculas, essas moléculas de proteína se tornam aminoácidos. Ou seja, uma vez que esse fertilizante que tem um aminoácido de origem orgânica, fruto da originação de uma proteína é aplicado, ele recebe fornecimento de origem orgânica ao invés dele obter esse fornecimento de origem sintética. Como uma estrutura de vigor e força para que ela possa enfrentar situações adversas”.

Mesmo em expansão, poucos dados foram divulgados quanto ao tamanho do mercado de bioinsumos em Mato Grosso. Mas no Brasil, uma pesquisa divulgada neste ano pela consultoria KineTech, apontou que o valor movimentado até agora nessa safra chegou a 686 milhões de dólares, o que é 12% acima do ciclo 2022-2023.

O potencial de área plantada cresceu 24%. Com pouco mais de 58 milhões de hectares, menos 36,4% da área plantada total do país.

O estudo apontou ainda que entre os estados brasileiros, o uso de produtos biológicos por área cultivada coloca o Ceará em primeiro lugar com 90%. Já Mato Grosso registrou o uso em 48% da área plantada.

Para João Paulo Ascare, pesquisador em fitopatologia e biológicos na Fundação Mato Grosso, as previsões para o uso dos biodefensivos aqui no estado são bem otimistas.

“A gente precisa dessas ferramentas porque dia após dia cada está ficando mais difícil de controlar as pragas e os patógenos das plantas. E a gente entende que o processo de produção de moléculas novas, moléculas químicas, ele é demorado. Então, a gente precisa integrar dentro do manejo as ferramentas disponíveis que a gente tem no mercado e essas ferramentas que, claro, são eficientes para o agricultor. O mercado é bastante promissor de mil insumos no nosso estado. E eu posso dizer até aqui no país”, diz.

Então, dá para você entender que o consumo consciente pode começar no campo e o resultado é mais saúde nas mesas das famílias.

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