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Só 4% dos recursos para combater mudanças climáticas vão para agricultura e ações contra desmatamento

Especialistas estimam serem necessários até US$ 350 bilhões por ano, até 2030, de modo a fazer a transição para novos sistemas alimentares. Ministros dos países do G20 se reúnem no Mato Grosso para debater tema

Somente 4% dos recursos para combater os efeitos das mudanças climáticas são destinados às atividades de agricultura e uso da terra, que respondem globalmente por um quarto das emissões de gases de efeito estufa. A estimativa de especialistas é que sejam necessários entre US$ 300 bilhões e US$ 350 bilhões por ano, até 2030, para a transição para novos sistemas alimentares, adaptados às mudanças climáticas e que produzam de forma mais sustentável. Isso significa que os investimentos precisam crescer pelo menos 15 vezes nesta década.

Para debater estes temas, além de segurança alimentar, os ministros da agricultura das vinte maiores economias do mundo (G20) se reúnem esta semana na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso.

Um grupo que representa a iniciativa privada brasileira (o B20) elaborou uma lista de sugestões para levar ao G20. Entre elas, estão a criação de novos modelos de financiamento para a transição a uma agricultura sustentável, acesso às novas tecnologias por pequenos produtores para ganho de produtividade, além de um comércio agrícola global que seja multilateral, sem barreiras discriminatórias, o que poderia reduzir a fome.

O estado do Mato Grosso foi escolhido como sede da reunião técnica por ser o maior produtor de grãos e ter o maior rebanho bovino do país. Além disso, o estado tem importância na busca de uma agricultura mais sustentável, já que tem os três biomas: Amazônia, Cerrado e Pantanal. O Brasil está na presidência do G20 e entre suas prioridades está luta contra a desigualdade, fome e pobreza, além da mobilização frente às mudanças do clima.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que o modelo que levou o Brasil a ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo atualmente não é o mesmo modelo que vai nos levar a ter uma produção sustentável nos próximos 50 anos. O encontro do G20 é a oportunidade de elaborar um documento que seja levado aos chefes de estado no Rio de Janeiro, na cúpula que está marcada para novembro deste ano.

“O grande modelo que nós vamos apresentar para o mundo é a incorporação de mais de 40 milhões de hectares em estágio de degradação para serem recuperados. Tenho certeza que será uma grande virada de chave na produção de alimentos no Brasil”, adiantou o ministro.

As contribuições da inicitiava privada ao G20 foram apresentadas durante o Fórum Internacional de Agropecuária (Fiap) que aconteceu nesta segunda-feira em Cuiabá, Mato Grosso.

O CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, líder da Força Tarefa de Sistemas Alimentares e Agricultura Sustentáveis do B2, observou que o diagnóstico do grupo mostra que, embora muitas fazendas já consigam colher até três safras por ano no Brasil, é preciso fazer essa tecnologia chegar aos pequenos agricultores. Tomazoni lembrou que muitos desses pequenos produtores vivem na pobreza no Brasil.

Ele também defendeu maior acesso ao crédito para agricultura regenerativa e plantio direto, modalidades que visam aumentar a produtividade e preservar o meio ambiente. Ele afirmou que entre os pequenos produtores, muitos não têm acesso ao crédito porque não possuem títulos de suas terras.

“O acesso aos recursos com taxas de juros adequadas é fundamental. É preciso atenuar os riscos com o seguro. E a tecnologia reduz a insegurança alimentar e cria sistemas de produção resilientes, para continuarem produzindo no futuro. Sistemas mais sustentáveis promovem mais justiça social”, disse.

Tomazoni afirmou que essa transição, que deve custar entre US$ 300 bilhões e US$ 350 bilhões, não depende apenas de políticas públicas dos governos do G20, mas também das decisões dos CEOS das grande corporações. Outro ponto defendido pelo B20 é o pagamento por serviços ambientais. Por exemplo, para agricultores que usarem sistemas de agricultura regenerativa.

O secretário de Comércio do Ministério da Agricultura, Roberto Perosa, disse que o G20 já incorporou algumas propostas que a força tarefa do B20 apresentou, como novas formas de financiamento pata transição e pagamento por serviços ambientais.

Tomazoni disse que as grandes empresas, como a JBS, vem desenvolvendo sistemas de rastreabilidade dos produtos de seus fornecedores, mas o país precisa de sistema de rastreabilidade público nacional.

A União Europeia estabeleceu regras que proíbem a importação de produtos ligados a desmatamento (medida que deve entrar em vigor em dezembro deste ano se for aprovada pelos 27 países-membros) e que podem afetar o agronegócio brasileiro.

“Criou-se uma consciência coletiva, mas precisamos ter um sistema de informação de rastreabilidade público para ter a cadeia de fornecedores garantida”, disse.

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