Tirar a educação pública em Mato Grosso da 22ª posição do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Esse é o plano da gestão do governador Mauro Mendes para o segundo mandato. O projeto, na realidade, já teve início e tem previsão de conclusão em cerca de 10 anos.
A 22ª colocação de Mato Grosso no Ideb foi registrada em 2019. A expectativa do governador reeleito é subir colocar o Estado entre os 10 melhores classificados.
As afirmações são do secretário de Estado de Educação, Alan Porto, durante uma entrevista a um programa de Podcast produzido pelo próprio governo, o MT-Conectado. Na ocasião, Porto descreve os avanços feitos na área a partir da perspectiva dele.
A reportagem do LIVRE apresenta os dados citados pelo secretário na terceira e última matéria sobre as realizações do primeiro mandato de Mauro Mendes e desafios previstos para o segundo.
Estrutura das escolas de MT
Segundo o secretário, os contratos que ficaram em aberto na gestão passada foram repactuados e novos foram assinados para a reconstrução, manutenção e adaptação das escolas estaduais ao modelo atrativo, que inclui mudanças estruturais e na grade curricular.
Porto argumenta que no que diz respeito à parte estrutural da escola, além da reforma, houve mudança nas verbas de custeio das unidades. Antes do orçamento da Seduc, 92% era para o pagamento de folha de pagamento e apenas 8% para o custeio da rede, que inclui insumos e manutenções.
Esse percentual passou para 15%, o que representou R$ 980 milhões em 2022. O valor é quase 9 vezes superior ao aplicado em 2019, R$ 100 milhões. O dinheiro, assegura Porto, permite as escolas receber duas parcelas de R$ 100 mil por ano reformas e manutenção.
Outro ponto apresentado pelo secretário foi o material didático e as mudanças nas grade curricular, que agora incluem robótica, metaverso e a preparação de estudantes para o mercado de trabalho. A ideia é trazer a tecnologia, cada vez mais presente na vida das pessoas, para dentro da escola, tornando-a mais atrativa.
Desafios
Seguindo a implantação do plano de 10 anos, o governo pretende tornar anual o programa de intercâmbio para Londres de estudantes da rede pública de ensino. A proposta é de que 100 alunos de todas as regiões de Mato Grosso e ainda 15 professores sejam selecionados, a partir da produtividade e desempenho nas aulas, para integrar o grupo.
Agora, um desafio que se apresenta latente é conseguir reestruturar as escolas indígenas, que chegam a 700 unidades em todo Estado. Porto argumenta que o projeto tem alguns entraves como a distância dos centros urbanos e a inflação em relação aos insumos da construção civil e que precisam ser superados.