O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem dificuldades em avançar na coleta de dados para um novo recenseamento em Mato Grosso. Balanço divulgado nesta terça-feira (6) mostra que 2,3 milhões de pessoas responderam ao questionário.
O número corresponde a 66% da população. A média nacional está em 78,7%. O resultado persiste após extensão do prazo para entrevistas e a entrada na reta final da segunda data de encerramento, prevista para meados deste mês. O censo está há 127 dias em trabalho de coleta de dados.
A taxa de recusa em responder o questionário é a quarta maior do país. Segundo o IBGE, 3,3% das pessoas abordadas em Mato Grosso disseram não ao recenseador. A taxa fica atrás de São Paulo (4,79%), Roraima (3,89) e Rio de Janeiro (3,38%). A média nacional está em 2,9%.
Em coletiva nesta terça-feira (6), diretores do IBGE responsáveis pelo levantamento admitiram haver resistência da população, para além das dificuldades na contratação de pessoas para aplicar questionário. Nas últimas semanas, apenas 50% das vagas estavam preenchidas.
“Além da dificuldade de contratar recenseadores, o IBGE também encontrou dificuldades para fazer o trabalho de recenseamento nas comunidades e naqueles lugares onde vivem os extratos de renda mais alta”, disse o diretor de pesquisas Cimar Azeredo.
A dificuldade também aparece nos números gerais do país. Nessa época em 2010, ano do último recenseamento, o IBGE já havia completado o recenseamento da população, agora está 78,7%. A defasagem afetará o fechamento do levantamento e a entrega dos dados ao Tribunal de Contas da União (TCU), que avalia a pesquisa.
As cidades com mais de 100 mil habitantes estão com média de avanço até 69% da população, exemplo de Cuiabá e Várzea Grande. A faixa etária das pessoas que mais responderam ao questionário está entre 45 e 20 anos de idade e a maioria é mulher.