Mato Grosso acumula 2.174 obras paralisadas e orçadas em R$ 3,2 bilhões ou US$ 668,9 milhões pela cotação atual do dólar (R$ 4,86), segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Caso fossem retomadas pelas administrações públicas estadual e municipal, tais obras poderiam gerar 40.135 empregos diretos, levando em conta estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI) de que são gerados 60 postos de trabalho a cada US$ 1 milhão investidos em infraestrutura, especialmente nas áreas de saneamento básico, energia, educação, saúde e rodovias.
De acordo com o TCE, 742 obras ou 34,1% dos empreendimentos sob responsabilidade do setor público e atualmente travados em Mato Grosso estão na área de infraestrutura e transporte. Na sequência, lideram o acúmulo de obras paradas os setores da Educação, com 557 empreendimentos ou 25,6% do total, e da Saúde, com 263 projetos estagnados ou 12,1% do total. Além disso, caberia ao governo de Mato Grosso a retomada de 75 empreendimentos orçados em R$ 521,9 milhões.
Outras 2.174 obras cotadas a R$ 3,2 bilhões são de competência das prefeituras municipais. Os dois maiores municípios mato-grossenses lideram em empreendimentos públicos interrompidos, sendo 103 em Várzea Grande e 85 em Cuiabá, informa o TCE.
“Toda obra de infraestrutura tem grande efeito na economia dos municípios, tanto no local que recebe a obra como na região circunvizinha, já que, após a conclusão, a obra facilita, possibilita e impulsiona o transporte de mercadorias e pessoas. Assim, todos os setores da economia são beneficiados”, lembra o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Pesada de Mato Grosso (Sincop/MT), Alexandre Schutze.
Em relação ao potencial de geração de empregos, Schutze observa que depende muito da característica e porte da obra, que absorve tanto profissionais especializados como não especializados.
Somente no setor de construção de infraestrutura são gerados, em média, 26 empregos diretos, indiretos e induzidos a cada R$ 1 milhão investidos, calcula o Observatório da Indústria do Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), com base na metodologia da matriz insumo-produto.