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Mercado de alimentação saudável cresce no país e setor é promissor para empreender em Mato Grosso

Mercado de alimentos saudáveis foi de R$ 100,2 bilhões em 2020 e até 2025, a expectativa é que o segmento cresça mais 27%

Conteúdo/ODOC – O setor de alimentos saudáveis vem ganhando destaque, especialmente após a pandemia do coronavírus em 2020, quando 47% dos brasileiros começaram a tomar consciência sobre a necessidade de adotar novos hábitos alimentares. O resultado foi que o mercado de alimentos saudáveis foi de R$ 100,2 bilhões em 2020 e até 2025, a expectativa é que o segmento cresça mais 27%. Os dados são da Euromonitor Internacional.

Mato Grosso faz parte desse pacote com a abertura de empresas no ramo. A Junta Comercial do Estado (Jucemat) não tem essa diferenciação de empresas do ramo de alimentação por nichos. Contudo, o Sebrae/MT mapeou e atualizou as Macrotendências do segmento de Alimentos e Bebidas para 2024 e apontou que a Alimentação Inclusiva é uma boa oportunidade de negócios. O mercado diversificado, os negócios se adaptam para atender a diversas preferências alimentares, oferecendo opções para vegetarianos, veganos, celíacos e grupos com restrições alimentares.

“Como comportamento do consumidor, é possível observar que há uma escolha também no consumo de alimentos saudáveis. Outra macrotendência também é a Imunidade Longevidade e Saúde Mental. A pandemia aumentou a preocupação com a saúde, acelerando a demanda por alimentos que promovem imunidade e longevidade, bem como novos alimentos para saúde mental, além das proteínas alternativas, como carne vegetal e produtos à base de plantas”, apontou a analista técnica do Sebrae/MT, Inajara Marques Amorim Campos.

Ela aponta ainda que também há comportamento do consumo como a segunda-feira ou a terça-feira da salada, isso entre as pessoas que não são vegetarianas e veganas, mas tem aquelas que fazem opção.

“O comportamento do consumidor também diz muito sobre essa tendência e sobre essa procura também de alimentos saudáveis. Então, é a questão da longevidade, tendo em vista a pandemia. Então, as pessoas começaram a se preocupar mais com a saúde, com a alimentação”.

A gestora em Saúde Viviane Moraes, uma das sócias do Santo Congelado, aposta no setor e vai inaugurar a empresa no dia 23 de fevereiro, em Cuiabá. Ela avalia que Cuiabá tem mercado ainda escasso para lojas, restaurantes e empresas focadas na alimentação saudável. Contudo, o maior desafio é fazer com que as pessoas percebam que comer bem não é luxo, é prevenção a doenças.

“Fui diagnosticada com diabetes tipo 1 e somente aí que eu pude ver o quanto custa você ter uma alimentação saudável. Mas também me deu a ideia de estudar sobre o negócio e encontrei a Patrícia, que era minha nutricionista, e a gente viu que é um nicho muito bom. Acho que o mais difícil de tudo é isso, a gente tem que desconstruir e construir para as pessoas que comer saudável não é coisa supérflua, ir ao nutricionista não é uma coisa supérflua, é uma necessidade nas nossas vidas”.

Ela comenta que o público consumidor ainda pequeno em vista do tamanho da população, pois são geralmente pessoas que buscam perda de peso, que praticam alguma atividade física, vegetarianas ou veganas e aquelas que tem alergia ou intolerância alimentar.

“Se você quiser comer um fast-food, pode pagar um valor bem acessível ou um valor maior. No caso da alimentação saudável, existem sim lugares que cobram valores diferenciados, mas não podemos afirmar que comer de forma equilibrada é mais cara. Isso é uma construção de que procurar nutricionista é um luxo, e que as receitas são de valores altos para alimentos diferenciados. Há 10 anos, o acesso era muito menor, mas hoje é diferente”.

Para Viviane, o maior desafio de quem busca empreender no ramo da alimentação saudável é fazer essa desconstrução de que comer de forma saudável é caro e acessível a poucos. Ela pondera que a indústria farmacêutica está crescendo mais porque as pessoas optam por tomar remédios para conseguir um resultado maior.

“Esse é o maior desafio: as pessoas terem a consciência que tudo parte da alimentação e que se elas começarem a se alimentar bem, possivelmente elas não irão recorrer aos remédios. Quando as pessoas dão uma atenção para a saúde, é porque ela já está doente, e tudo isso pode ser prevenido por meio da alimentação”.

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