O limite estabelecido pela Justiça Eleitoral na época foi de R$ 10,2 milhões para todos os candidatos no primeiro turno e mais R$ 4,1 milhões para cada um que chegou ao segundo turno.
Pela estimativa mais baixa, os candidatos gastaram cerca de R$ 5 milhões por fora, e pela estimativa mais alta cerca de R$ 10 milhões não foram declarados. Nesse caso, a quantia por fora equivale ao primeiro turno da campanha.
“A Justiça Eleitoral e outros órgãos fiscalizadores melhoraram muito o controle dos gastos, mas, como a gente vê, ainda é preciso melhorar, porque muito dinheiro ainda passa sem sequer ser notado, até porque eles não circulam por meios oficiais e nem sempre é dinheiro vivo dado aos candidatos”, explica Vivaldo Lopes.
O consultor diz que é comum os candidatos receberem doações para o comitê eleitoral, doação em dinheiro de apoiadores ou cobertura de gastos com marketing, que acabam passando camuflados pela fiscalização.
A lista de itens com maiores gastos tem contrato de trabalho na campanha – da pessoa que sacode bandeiras e entrega santinhos na rua – ao marketing, responsável pela criação e produção de propaganda e jingles.
Aliás, essa linha de trabalho aparece separadamente como a segunda mais cara na campanha, logo atrás dos gastos com divulgação da campanha.
O consultor Vivaldo Lopes diz que a massa cinzenta existe nas campanhas para vereador, seguindo a mesma extrapolação e a lógica dos candidatos majoritários. Em 2020, a estimativa de gasto real ficou em torno de R$ 1,5 milhão. A Justiça Eleitoral autorizou na época gasto máximo de R$ 560 mil em Cuiabá.
Em 2022, ano de eleição geral, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) criou uma tabela de preços da maioria dos serviços e contratos que os candidatos a deputados, governador e presidente fariam na campanha. A referência ajudava a cruzar informações com os dados de prestação de contas e a identificar fraudes.