Dia Mundial de Luta contra o HIV e à Aids celebrado na última sexta-feira (1) abriu o Dezembro Vermelho dedicado à prevenção nacional contra o vírus e Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Apesar de parecer algo “do passado”, a doença ainda é um perigo, principalmente para os mais jovens. Conforme o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde na última quinta-feira (30), ao menos 190 mil pessoas que sabem ser portadoras do HIV/Aids ainda não iniciaram o tratamento.
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Segundo o Ministério da Saúde, em 2022 o Brasil registrou 10.994 mortes tendo o HIV ou aids como causa básica, 8,5% menos do que os 12.019 óbitos registrados em 2012. Apesar da redução, cerca de 30 pessoas morreram com aids por dia no ano passado. Do total, de acordo com o novo Boletim Epidemiológico sobre HIV/aids apresentado pelo Ministério da Saúde, 61,7% dos óbitos foram entre pessoas negras (47% em pardos e 14,7% em pretos) e 35,6% entre brancos.
Para falar sobre o assunto, o conversou com a Annie Caroline Magalhães, ginecologista e obstetra formada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e com especialização em Gestação de Alto Risco pela Universidade de São Paulo (USP).
GD: Em primeiro lugar, quais são os passos necessários para combater o preconceito relacionado ao HIV/AIDS na sociedade?
Annie Caroline: O combate do preconceito perpassa por políticas públicas, principalmente em redes sociais, que atingem público de maior interesse, com difusão informações sobre a importância de uso do preservativo e do rastreamento e diagnóstico precoce.
GD: Quais são as principais formas de prevenção do HIV/AIDS que você destaca em sua prática médica?
Annie Caroline: As principais formas de prevenção são as orientações com relação exposição de risco e necessidade de uso de preservativos em todas as relações sexuais.
GD: Quais são os desafios enfrentados pelos pacientes em relação à adesão ao tratamento?
Annie Caroline: O diagnóstico de HIV ainda tem muitos preconceitos com relação à aceitação do diagnóstico e início do tratamento. Porém, se evoluiu muito em relação a medicações, com esquemas antirretrovirais com menos comprimidos e menos efeitos colaterais. Além da realização do tratamento precoce que permite mais qualidade de vida e menor risco de evolução para AIDS.
GD: Para você, quais mensagens são mais eficazes para conscientizar as pessoas sobre a importância da prevenção?
Annie Caroline: Além das orientações sobre as prevenções da via sexual de transmissão, uma via de transmissão que vem aumentando e muitas vezes pouco orientada é o uso drogas injetáveis e compartilhamento de seringas, sabemos que a correta esterilização é muito difícil de ser feita forma correta.
*Com informações do Ministério da Saúde