Diferente do que corriqueiro há quatro safras passadas, os produtores de milho de Mato Grosso colocaram o pé no freio e estão comercializando menos a commodity. O motivo? A desvalorização da saca de milho que está cerca de 10% mais baixa do que se pagava em janeiro deste ano.
Conforme o boletim semanal sobre o Milho, divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), as negociações da safra disponível (2022/23) atingiram 95,01% do total da produção, com preço médio ficou de R$ 39,26 a saca.
“Esse menor ritmo é em decorrência da desmotivação dos agricultores em realizar novos negócios, já que o preço reduziu 9,21% ante janeiro. Na safra 2024/25, as primeiras negociações foram registradas em fevereiro, ou seja, 0,71% do total da produção”, observou o Imea no boletim.
Segundo o instituto, já é possível identificar que os produtores não estão negociando muito antecipadamente o milho, cenário parecido com o que era visto antes da safra 20/21. Assim, os primeiros negócios registraram preço médio de R$ 30,94 a saca.
Devido à safra recorde do ano passado, foram enviados ao exterior 28,32 milhões de toneladas de milho da safra 22/23, no período de julho de 2023 a fevereiro de 2024. Isso representa aumento de 12,73% ante o mesmo período da safra passada.
O incremento nos envios para o mercado internacional foi pautado pela maior disponibilidade de milho no mercado interno e o aumento da demanda do mercado externo pelo grão, devido à redução da produção e do escoamento dos Estados Unidos e da Argentina. Além disso, a China passou a comprar milho brasileiro, uma vez que a Ucrânia apresentou dificuldades na safra em decorrência da guerra contra a Rússia.
O Imea estima que os envios até junho deste ano fiquem em 29,84 milhões de toneladas para a safra 22/23.