Diante dessas descobertas, a discussão sobre a proibição total da venda de bebidas energéticas para menores de 16 anos ganha força. O estudo, baseado em uma análise abrangente de 57 pesquisas recentes, conclui que é crucial agir agora para proteger a saúde mental e física, bem como o comportamento e a educação das crianças e jovens.
A composição dessas bebidas, destacada na pesquisa, revela altos níveis de cafeína, chegando a 200 mg por lata, o dobro do presente em uma xícara média de café. A carta assinada por 40 organizações de saúde ressalta que a fácil acessibilidade a essa quantidade por menores de 18 anos é preocupante. Além disso, o elevado teor de açúcar, prejudicial aos dentes e potencial contribuinte para a obesidade, agrava os riscos à saúde.
Desafios à regulação das bebidas energéticas
Frente aos alertas, a maioria dos supermercados no Reino Unido já adotou uma proibição voluntária da venda de bebidas energéticas para menores de 16 anos. No entanto, a pesquisa levanta a necessidade de uma proibição total, que alcance também lojas menores, revendedores online e máquinas de venda automática. Propostas legislativas nesse sentido foram apresentadas na Inglaterra e Escócia em 2019, aguardando resposta das autoridades de saúde.
O Reino Unido não está sozinho na avaliação dos riscos associados ao consumo de bebidas energéticas. Outros países, como Letônia e Lituânia, já proibiram a venda desses produtos para crianças, enquanto Finlândia e Polônia consideram seguir o exemplo. Consultas públicas e debates estão em andamento, destacando a preocupação global com os impactos negativos dessas bebidas.
Entendendo a realidade dos jovens
A pesquisa também destaca a prevalência do consumo dessas bebidas entre os jovens, especialmente na chamada “geração nem-nem“. Esse termo refere-se à geração de jovens que, segundo especialistas, não estão estudando nem trabalhando.
Muitos jovens pertencentes a essa categoria enfrentam desafios econômicos, falta de oportunidades e, em alguns casos, problemas de saúde mental. O consumo de bebidas energéticas é apontado como um dos fatores que contribuem para esse cenário, aumentando os riscos à saúde e comprometendo o desenvolvimento educacional e profissional desses jovens.