O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) planeja apertar o cerco de fiscalização a candidatos e comitês de campanhas até à data de votação, no dia 2 de outubro. A intenção é acompanhar de perto as atividades financeiras dos concorrentes, em paralelo às prestações de conta.
O tribunal deve começar a aplicar nos próximos dias uma estratégia semelhante às batidas policiais, para vistoriar os documentos de compra e os preços dos produtos adquiridos.
“Será uma fiscalização concomitante dos gastos de campanha. Nossos auditores sairão e vão verificar as contas, sem dia, hora ou momento. Qualquer irregularidade, ilegalidade poderá ser apurada naquele momento, pois os auditores estarão investidos da fé pública”, afirmou o presidente do TRE-MT, desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha.
A batida eleitoral é uma resposta a processos que surgiram das eleições 2018. O mais notório foi do deputado federal Carlos Bezerra (MDB), condenado com a perda do mandato e direitos políticos, por suposta manobra nas contas de campanha, transferidos gastos individuais para a conta diretório partidário.
Ele concorrerá neste ano sob decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que anulou a condenação do TRE-MT.
Os auditores eleitorais terão apoio de um banco de preços que está sendo fechado pelo tribunal. Segundo o desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, o levantamento deverá ter uma média dos preços de produtos no mercado. E os documentos fiscais de candidatos e comitês deverão ser equivalentes.
“De tudo aquilo que eles vão comprar, nós vamos ter a média do que está sendo gasto. Não vai adiantar custar R$ 10 e pagar R$ 100”, afirmou.
As atividades de campanha vão rastreadas por uma câmara técnica de inteligência. O grupo instituído no fim do mês passado é composto por órgãos de fiscalização e policiamento – do Corpo de Bombeiros à direção do TRE-MT.
Eles são responsáveis por identificar fragilidades no processo de segurança das eleições e apresentadas propostas para soluções rápidas.