Perda de eficácia começa com a quebra da cadeia do frio
A quebra da cadeia do frio, definida como a exposição das vacinas a temperaturas inadequadas, é um dos principais fatores que podem comprometer a potência dos imunizantes. Manter a temperatura entre 2°C e 8°C é crucial para garantir a estabilidade e a eficácia das vacinas.
Quando esta faixa de temperatura não é mantida, as vacinas podem sofrer degradação. Isso resulta em uma menor capacidade de induzir imunidade, o que, por sua vez, reduz a proteção oferecida à população vacinada. A quebra da cadeia do frio pode ocorrer em várias etapas do processo logístico, desde a fabricação até a administração final.
Desafios logísticos no transporte e armazenamento
Os desafios logísticos para manter a cadeia do frio intacta são numerosos e complexos. Entre os principais problemas enfrentados, incluem-se:
1.Infraestrutura inadequada:
Em muitas regiões, especialmente em áreas remotas ou de difícil acesso, a infraestrutura necessária para o armazenamento adequado de vacinas é deficiente. A falta de refrigeradores apropriados e a ausência de geradores de energia para manter os equipamentos em funcionamento durante as quedas de energia são problemas comuns.
Estes fatores costumam contribuir para a dificuldade de manutenção de uma temperatura constante, essencial para preservar a eficácia das vacinas.
2. Monitoramento de temperatura:
A falha em monitorar continuamente a temperatura das vacinas pode levar à exposição inadvertida a condições inadequadas. Para garantir que as vacinas sejam mantidas dentro da faixa de temperatura ideal, é recomendado o uso de equipamentos como termômetros e registradores de dados.
3. Capacitação de profissionais:
A falta de treinamento adequado para os profissionais envolvidos no manuseio, armazenamento e transporte de imunizantes pode ser um fator decisivo para a perda da eficácia do material. Profissionais mal treinados podem não estar cientes dos procedimentos corretos para manter a cadeia do frio, aumentando o risco de exposição das vacinas a temperaturas inadequadas.
Soluções tecnológicas e capacitação
Para mitigar os desafios mencionados, é fundamental investir em tecnologias avançadas e na capacitação dos profissionais. Algumas das medidas que podem ser adotadas incluem:
Sensores de temperatura e rastreamento em tempo real
A utilização de sensores de temperatura e dispositivos de rastreamento em tempo real pode proporcionar um monitoramento contínuo e preciso das condições de armazenamento e transporte das vacinas. Estes dispositivos permitem que as equipes logísticas reajam rapidamente a qualquer desvio de temperatura, garantindo a integridade dos imunizantes.
Programas de capacitação
Organizações como a OMS, juntamente com governos locais e outras entidades de saúde, têm desenvolvido programas de capacitação para os profissionais de saúde e logísticos. Estes programas oferecem treinamento prático sobre as melhores práticas de armazenamento, transporte e manuseio de vacinas.
Além disso, incluem protocolos rigorosos para garantir que as vacinas sejam mantidas em condições ideais desde o ponto de fabricação até o momento da administração.
Tecnologias de refrigeração avançadas
A adoção de tecnologias de refrigeração mais eficientes e confiáveis é essencial para reduzir as perdas de eficácia das vacinas durante o transporte e armazenamento. Sistemas de refrigeração modernos, com capacidades de backup de energia e controles automáticos de temperatura, podem minimizar os riscos de falhas na cadeia do frio.
Colaboração e investimentos para uma cadeia do frio eficiente
A preservação da eficácia das vacinas contra a Dengue depende de uma colaboração eficaz entre governos, organizações de saúde e o setor privado, uma vez que existe a possibilidade desses atores trabalharem juntos para superar os desafios logísticos e garantir a integridade da cadeia do frio.
(Com Assessoria)