Se você já chamou alguém de “anta” para insinuar que a pessoa é distraída ou lenta, saiba que esse xingamento não faz jus à inteligência desse animal. Na verdade, o termo carrega um erro histórico e um preconceito injusto contra um dos animais mais fascinantes da fauna brasileira.
- O dia em que tentaram montar em uma anta
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, encontraram as antas e acharam que poderiam usá-las como montaria, assim como faziam com cavalos e burros. Afinal, o animal é grande, forte e tem patas robustas.
No entanto, as antas não são domesticáveis e possuem um comportamento totalmente diferente dos equinos, tornando impossível a ideia de servirem como meio de transporte. Diante disso, os colonizadores passaram a associá-las à teimosia e à falta de inteligência, o que, como sabemos hoje, é um erro enorme.
- A longa gestação e o “nascimento lento”
Outro motivo para a má fama da anta vem do seu tempo de gestação, um dos mais longos entre os mamíferos da América do Sul, durando cerca de 13 meses. No passado, o tempo normal da gestação humana era de 9 meses, e as pessoas comparavam quem “demorava muito para nascer” às antas, reforçando a associação do animal com algo lento.
Porém, essa conexão não faz sentido algum. O tempo de gestação da anta está diretamente ligado à sua sobrevivência e ao seu papel ecológico, e não tem nada a ver com falta de inteligência.
Mas a verdade é outra!
A anta é um dos animais mais inteligentes da fauna brasileira. Ela tem uma memória espacial incrível, conseguindo lembrar com precisão os caminhos por onde passou, além de ser muito ágil e resistente.
Além disso, ela tem um papel essencial na natureza, espalhando sementes por onde passa e ajudando na recuperação de florestas e biomas. Isso faz dela uma verdadeira aliada do meio ambiente.
Ou seja, tudo começou com um erro histórico e um preconceito injusto, que acabou se tornando parte do vocabulário popular. Mas agora que você sabe a verdade, da próxima vez que ouvir alguém sendo chamado de “anta”, pode até ser um elogio!