Jaguarundi: é gato ou é lontra?
Na verdade, está mais para onça. O jaguarundi – que tem o nome científico Puma yagouaroundi e Herpailurus yagouaroundi – e também é conhecido popularmente como gato-mourisco, é mais próximo da onça-parda e do puma, segundo análises genéticas. Entre 4 e 7 milhões de anos atrás, o jaguarundi divergiu da onça-pintada, formando a sua própria espécie.
Por ser um animal silvestre, segundo a Britannica, enciclopédia renomada do Reino Unido, é nativo de regiões florestadas, especialmente aquelas próximas às águas da América do Sul e do sudoeste dos Estados Unidos. O jaguarundi se alimenta de pequenas presas como répteis, pássaros, peixes e até sapos.
Chegando à idade adulta, pode medir de 90 a 130 centímetros, incluindo a cauda, e pesar de 4,5 a 9 quilos. E existem duas variedades de cores do jaguarundi, cinza e um tom marrom avermelhado. O curioso é que, numa mesma ninhada, podem nascer filhotes de ambas as tonalidades.

A propósito, a reprodução do jaguarundi ocorre geralmente no final do ano, nascendo de dois a três filhotes por gestação. Muito semelhante aos gatos domésticos – o jaguarundi fêmea tem uma gestação de 63 dias, pouco mais de dois meses.
Umas das curiosidades mais interessantes do jaguarundi é que ele pode emitir até 13 ruídos diferentes, entre eles gritar, ronronar, assobiar, ganir e um chilrear bem específico que se assemelha ao som dos pássaros. Além de se comunicar, estes ruídos podem ser usados para marcar território e encontrar um parceiro.
Essas informações foram obtidas por pesquisadores após a observação do animal em cativeiro. Por ser um animal de hábitos reclusos, é muito difícil vê-lo com facilidade na natureza.
Risco de extinção

Em 2024, no Rio de Janeiro, houve uma operação contra a venda ilegal de animais silvestres e foram encontrados filhotes de jaguarundi. Este fato pode ilustrar sobre o porquê de a espécie estar em risco de extinção.
Segundo o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, publicado em 2018 pelo Instituto Chico Mendes, o jaguarundi é considerado vulnerável, o que significa que ele tem chance igual ou maior a 10% de ser extinto em 100 anos, caso não haja trabalhos efetivos para a sua preservação.

Angelina Miranda é jornalista formada pela UNIP. Com dez anos de atuação, atuou como repórter na Folha de S. Paulo e também colaborou para a Revista Fórum. É redatora no Olhar Digital desde 2023.

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.