Eventualmente temos alguma notícia sobre uma rara obra literária encontrada depois de décadas. Mas há os exemplos contrários: livros que permanecem perdidos, para o desespero de leitores apaixonados do mundo todo. Neste texto, falamos de quatro obras que provavelmente nunca teremos a oportunidade de ler, infelizmente.

1. O primeiro rascunho do Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde, de Robert Louis Stevenson

(Fonte: ilbusca/Getty Images)(Fonte: ilbusca/Getty Images)
 
A famosa história sobre Dr. Jekyll e Mr. Hyde teve uma primeira versão escrita pelo escocês Robert Louis Stevenson, mas se perdeu após ser queimada.

O que ocorreu foi o seguinte: Stevenson escreveu sua obra mais famosa em 1886, enquanto sofria de tuberculose e a tratava com cocaína, que era o remédio recomendado na época. O processo de criação durou apenas 3 dias. Quando sua esposa Fanny leu, ela fez uma crítica tão severa que o escritor jogou as páginas no fogo. Stevenson passou então a reescrever o livro.

Há outra versão dessa história, contada pelo enteado do escritor, que diz que a própria esposa teria queimado o rascunho. Ela teria contado a um amigo em uma carta que aquele era um “livro cheio de tolices”. Independente de quem jogou a cópia no fogo, o fato é que nunca saberemos como Robert Louis Stevenson imaginou inicialmente esta história.

2. Dupla Exposição, de Sylvia Plath

Alamy(Fonte: Penrodas Collection/Alamy)

Quando morreu, em 1963, Sylvia Plath estava trabalhando num romance semi-autobiográfico sobre uma mulher cujo marido é infiel. No entanto, quando ela se suicidou, os rascunhos da obra foram herdados pelo seu ex-marido, Ted Hughes, de quem ela havia se separado no ano anterior.

O que aconteceu depois disso é incerto. No prefácio de Johnny Panic e a Bíblia dos Sonhos, livro de Sylvia que foi publicado postumamente em 1977, Ted Hughes escreveu que o manuscrito havia desaparecido.

Em 1995, no entanto, ele contou uma história diferente ao The Paris Review: “a mãe dela disse que viu um romance inteiro, mas eu nunca soube disso. O que eu sabia era da existência de sessenta, setenta páginas que desapareceram”. No entanto, o rumor de que Hughes havia destruído um dos diários de Sylvia para que os filhos não soubessem sobre a traição levanta desconfiança de que ele tenha descartado a obra até hoje.

Sylvia Plath também escreveu A redoma de vidroveja aqui.

3. A História de Cardênio, de William Shakespeare e John Fletcher

Hulton Archive/Kean Collection(Fonte: Hulton Archive/Kean Collection/Getty Images)

Há uma peça dos dramaturgos William Shakespeare e John Fletcher que até hoje está perdida. A história de Cardênio foi encenada em 1613 e chegou a ser registrada em um documento legal que garantia os direitos à publicação.

Em 1727, apareceu um homem chamado Lewis Theobald que encenou uma peça chamada Double Falsehood afirmando ser o manuscrito perdido de Cardênio. No entanto, Theobald foi considerado um mero imitador de Shakespeare. 

Há estudiosos que dizem que uma peça chamada The Second Maiden's Tragedy, de 1611, pode ser o Cardênio, mas nem todos estão convictos disso. Shakespeare ainda possui uma peça perdida chamada Love's Labour's Won.

Veja outros 7 clássicos Shakesperianos.

4. As primeiras obras de Ernest Hemingway

Kurt Hutton/Getty Images(Fonte: Kurt Hutton/Getty Images)

Em 1922, o escritor Ernest Hemingway viveu um pesadelo: perdeu quase tudo o que já havia escrito. Em suas memórias, ele contou que sua primeira mulher, Hadley, fez uma viagem da França para a Suíça para encontrá-lo, mas sua mala que continha todos os seus manuscritos foi roubada.

Apenas dois de seus contos foram preservados: My Old Man (Hemingway havia o enviado a um editor) e Up in Michigan, cujo manuscrito ele tinha guardado em uma gaveta. Dentre as obras perdidas, estava um romance em que ele contava sua experiência na Primeira Guerra Mundial.

O velho e o mar é uma história não perdida de Hemingway, conheça.