???? As cobras, frequentemente retratadas como vilãs, são protagonistas de uma história real e preocupante no Brasil: 29 espécies de serpentes (com peçonha) estão ameaçadas de extinção, segundo o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.
Entre elas, destacam-se três jararacas classificadas como Criticamente em Perigo, o nível mais grave de ameaça. São elas a jararaca-de-alcatrazes (Bothrops alcatraz), a jararaca-ilhôa (Bothrops insularis) e a Bothrops otavioi, que ainda não possui um nome popular.
Jararaca-de-alcatrazes (Bothrops alcatraz)
De acordo com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), a jararaca-de-alcatrazes vive em um habitat restrito e sensível e pode ser encontrada exclusivamente na Ilha de Alcatrazes, localizada no litoral de São Paulo.
O veneno da Bothrops alcatraz possui características únicas e está sendo estudado para potenciais usos medicinais.
Jararaca-ilhôa (Bothrops insularis)
Segundo o biólogo especialista em cobras e serpentes Henrique Abrahão Charles, existem muitos mitos em torno dessa espécie por ela ser endêmica da região.
“A história da jararaca-ilhoa está rodeada de mitos, um dos mais comuns é que se tem 5 serpentes por metro quadrado na ilha de Queimada Grande. Calma! A espécie, por existir somente nessa região, está entrando em extinção devido a biopirataria, então não é bem assim”, afirma o pesquisador.
Bothrops otavioi
Endêmica do Brasil, essa espécie tem distribuição extremamente restrita, sendo encontrada exclusivamente na ilha Vitória, parte do arquipélago de Ilhabela, no litoral do estado de São Paulo.
Sua ocorrência limitada a uma única ilha reforça a vulnerabilidade da espécie, que depende diretamente da preservação desse habitat para sua sobrevivência.
Essas espécies, endêmicas de regiões específicas do país, enfrentam um risco iminente de desaparecer devido à destruição de habitats, mudanças climáticas e atividades humanas.
Apesar desse temor que leva muitas pessoas a matarem esses animais, elas desempenham um papel fundamental e estratégico no equilíbrio ecológico e perdê-las seria um verdadeira desastre para a cadeia alimentar.
