Quando ocorre a disputa de uma eleição com a esquerda, o que está em jogo nunca são as questões administrativas e econômicas do dia.
É claro que uma vez no poder, a esquerda trata logo de aumentar a tributação, sujeitar o empresariado a algum controle estatal sempre maior etc., mas tudo isso é secundário.
A prioridade é limitar a liberdade da sociedade civil e fazer imperar o partido pela eliminação ou enfraquecimento de seus concorrentes.
George Orwell bem percebeu que esse controle não se dá sem o controle da linguagem, como bem demonstrou no seu clássico livro 1984.
Esse controle vem por dois meios: censura e manipulação. Por um lado se proíbe ostensivamente que se diga o que vai contra os interesses do partido. Por outro limita-se o próprio pensamento pela perversão da linguagem via politicamente correto.
Temos testemunhado o avanço desses dois meios nos últimos anos e o mal que eles têm feito. Quantas pessoas já temem dizer o que pensam porque podem ser presas, processadas, ou perder o emprego, amigos e os perfis nas redes sociais?
Vivemos nesse estado de medo mesmo sem o partido tomar o controle da presidência da República ainda, contando apenas com os recursos que que foram acumulado durante o aparelhamento da máquina pública ao longo das últimas duas décadas.
O que o movimento esquerdista brasileiro não fará quando tiver novamente posse dos poderes presidenciais, além de todos os dispositivos que já tem? Mesmo que não haja desapropriações imediatas, confrontos armados na ruas, fuzilamentos, eles já nos terão vencido pelo nosso silenciamento.
O problema não é perder eleição, o problema é perder a liberdade que possibilita ganhar o pleito e fazer o enfrentamento de ideias. Afinal de contas, liberdade de expressão é poder dizer coisas que algumas pessoas não querem ouvir.
Mesmo que tudo pareça em ordem, não havendo liberdade de expressão, não se podendo dizer a verdade (que é o fundamento de toda ordem legítima e de toda autêntica liberdade), não estaremos na genuína paz, pois paz sem voz, para citar O Rappa, “não é paz, é medo”.
Para que eles nos dominem absolutamente basta que nos dominem psicologicamente. Para isso não precisam dar um tiro sequer, basta que controlem o que e como podemos dizer através da imposição do medo.
Claudio Ferreira é paisagista, empresário, professor e deputado estadual eleito por Mato Grosso.