A Polícia Militar demitiu Edvande Gonçalves de Queiroz dos quadros da corporação. A demissão do soldado reformado foi efetivada na última terça-feira (10) em cumprimento a decisão da juíza Mônica Perri, da 1ª Vara Criminal de Cuiabá. Em dezembro de 2022, Edvande foi condenado por homicídio qualificado.
Narra a denúncia que, no dia 10 de dezembro 2013, o militar foi vítima de roubo, ocasião em que lhe foram subtraídos uma motocicleta, uma pistola e um aparelho celular. Dez dias depois, na companhia de outros militares, Edvande foi até o bairro Pascoal Ramos e torturou uma chegar no nome de um rapaz que teria ligação com o autor do roubo.
Os militares conseguiram “arrancar” do homem torturado o nome de Gabriel do Nascimento, supostamente primo de quem roubou Edvande. No dia 26 de dezembro, o soldado reformado sequestrou o rapaz, que nunca mais foi visto.
O caso só foi solucionado em setembro de 2014, quando um exame de DNA em uma ossada confirmou a identidade de Gabriel. Posteriormente, os exames periciais demonstraram que o rapaz foi executado com dois disparos de arma de fogo, na região da cabeça. Todo o crime foi praticado por Edvane na companhia de seus colegas policiais.
“Como se vê, o crime foi praticado em concurso de pessoas, de forma premeditada, com extrema violência e arbitrariedade, especialmente porque tanto o acusado como terceiras pessoas que supostamente participaram do crime eram policiais militares, conduta que extrapola a descrição da figura típica e merece ser mais severamente apenada”, escreveu Mônica Perri.
Condenado, Edvande de Queiroz cumprirá 18 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, bem como ficou decretada a perda do cargo na Polícia Militar. O processo transitou em julgado no dia 6 de dezembro de 2022, mas a demissão dos quadros da PM só foi oficializada na última terça.