Em 2023, 2.419 desaparecimentos, uma média de seis pessoas por dia, foram comunicados à Polícia, em Mato Grosso.
Esse número representa um aumento de 10,86%, comparado a 2022, quando 2.182 casos foram levados ao conhecimento das autoridades policiais.
No mesmo período, houve um incremento de 17,6% no número de cidadãos localizados, saltando de 740 indivíduos em 2022 para 870, no ano passado.
Os dados constam no relatório estatístico divulgado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), documento que reúne informações detalhadas, com corte por faixa etária, raça ou cor e sexo e as causas dos desaparecimentos.
Os números têm como base informações das Autoridades Centrais Estaduais (ACEs) da Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas.
No país, foram 77.060 desaparecimentos em 2023, uma média de 211 pessoas por dia.
Em relação ao ano anterior, foram 5.156 sumiços a menos, o que representou uma redução de 6,27% sobre o total de casos levados ao conhecimento das autoridades em 2022.
Ao todo, foram 56.542 pessoas localizadas comunicadas às autoridades policiais em todo o Brasil em 2023, um aumento (22%) em relação ao período anterior, que contabilizou 46.337 encontrados.
Conforme o estudo, Mato Grosso tem a segunda maior taxa de desaparecimentos dentre os estados da região do Centro-Oeste, com 64,0 casos por 100 mil habitantes.
Em primeiro aparece o Distrito Federal, com 91,0 casos por 100 mil, seguido do Mato Grosso do Sul, com 51,0/100 mil e Goiás, com 47,1/100 mil.
O Estado respondeu por 24,2% dos desparecimentos registrados na região Centro-Oeste.
Quanto ao perfil dos mais 2,4 mil desaparecidos no Estado, a maioria (1.541) é do sexo masculino.
Outros 772 são do gênero feminino e 106 não foram informados. Em relação à faixa etária, o levantamento aponta que 93 são crianças (até 12 anos), 561 adolescentes (até 18 anos), 1.445 adultos e 185 idosos (acima de 60 anos), além de 135 não informados.
Quanto à raça ou cor, 99 são da raça preta; 481 pardos e 194 brancos. Já 1.642 pessoas desaparecidas não identificaram.
Entre as causas, 708 sumiços foram classificados como não-criminosos, 642 considerados voluntários, 66 involuntários (questões alheias à vontade da pessoa, como por exemplo em casos de distúrbios mentais), 32 criminosos (sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver, por exemplo), 20 pessoas foram vítimas de ato criminoso e 12 vítimas de crime perpetrado por agente do Estado, além de sete casos não informados.
De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), os números permitem a identificação de tendências emergentes e orientam o desenvolvimento de intervenções preventivas, como programas educativos, apoio psicológico e social e políticas de segurança pública direcionadas a grupos vulneráveis.
A publicação do relatório, ainda conforme do MJSP, integra a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas, estabelecida pela Lei n° 13.812/2019.
Entre as principais atribuições da Senasp, nesse contexto, estão a coleta e a consolidação de informações em nível nacional, a formulação de diretrizes para as buscas, a articulação com autoridades estaduais e a coordenação de ações de cooperação.
