As festas de final de ano estão chegando e parentes que não se veem há meses têm a oportunidades de se reencontrar para as confraternizações de Natal e do réveillon, porém, esse período também é marcado por discussões polêmicas e brigas entre pessoas com opiniões muito diferentes. Para especialistas, reconhecer que seu familiar é um outro indivíduo, com particularidades pessoais, e que quaisquer relações humanas implicam em tensões é necessário para manter a harmonia em confraternizações.
Para a psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, professora Jaqueline Rocha, o ideal é apostar no diálogo sem tentar convencer o outro de pontos de vista pessoais. “Devemos respeitar as pessoas que pensam de forma diferente, sem provocar discussões, nenhum tipo de embate, principalmente assuntos como religião, política e futebol. São temas que podem gerar algum tipo de desentendimento”, pontua.
A psicóloga aborda o processo da comunicação não-violenta para essas ocasiões. A técnica consiste em um roteiro que segue quatro etapas: na primeira, o indivíduo deve observar o que acontece em determinada situação sem julgamentos de valor, e, em seguida, é preciso analisar os próprios sentimentos. “Esse tipo de comunicação vai aumentar a empatia e melhorar a qualidade dos relacionamentos interpessoais. O objetivo é alcançar a harmonia entre os dois lados do diálogo com base nas necessidades fundamentais do ser humano e no princípio de colaboração”, explica.
O terceiro passo é expor as necessidades em relação ao assunto para que conflitos do tipo não aconteçam, ou se repitam, e, por fim, apresentar as demandas emocionais. Os familiares devem negociar o que pode ser feito para evitar brigas no futuro, como não falar de determinados assuntos e não fazer brincadeiras sobre um tópico sensível. Para que o pacto tenha eficiência, o indicado é que o diálogo seja feito de forma positiva e direta, sem frases abstratas e confusas.
A coordenadora defende, também, que se as técnicas não funcionarem, é importante avaliar a necessidade de estar em família em festas de final de ano. “Ninguém é obrigado a estar com pessoas que podem trazer impactos à saúde mental, devemos respeitar os nossos limites, mesmo que sejam familiares”, finaliza.