O furto de itens pequenos, como chicletes e barras de chocolate, por exemplo, causou um prejuízo bilionário ao comércio varejista brasileiro no ano passado: cerca de R$ 11 bilhões.
Para se ter uma ideia, é como se todo o faturamento das Lojas Renner em 2023 tivesse sido roubado.
Parte dos crimes são cometidos por pessoas de fora, mas uma parcela considerável deles são praticados pelos próprios funcionários dos estabelecimentos.
As “táticas” mais comuns são os cancelamentos de itens que passam pelo caixa e a simulação de que o produto passou pelo leitor do código de barras sem, de fato, ter sido registrado.
Farmácias e supermercados são o tipo de comércio que mais sofre com essas perdas.
Segundo a Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe), a estimativa é de que os crimes cometidos por funcionários passaram de 6,8% em 2022, para 9,8% em 2023.
Enquanto isso, os furtos cometidos por pessoas de fora subiram de 16,6% para 22%.
Dos prejuízos, o menor?
E o pior: esses dados podem estar subestimados. Primeiro, porque investir em sistemas de monitoramento por câmeras, por exemplo, é caro. Segundo, porque muitos dos pequenos furtos acabam não sendo registados.
Em reportagem publicada no site da Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias, o diretor de um sindicato do setor afirmou que, por vezes, as lojas entendem que causa menos prejuízo ignorar o furto, do que se envolver em uma situação que pode ser encarada como discriminação.
“Há certos furtos que criam um desgaste evitável, como os casos de clientes em situação vulnerável. A empresa não quer correr o risco de acabar exposta com toda essa visibilidade que há hoje no tema da discriminação e das questões raciais”, diz trecho da matéria.
