sexta-feira, 7 novembro 2025
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Pobre Mato Grosso acéfalo no Senado

Bancada do Estado é do baixo clero e está fora da CPI do Crime Organizado

Se alguém tinha dúvidas, não tem mais.

Está claro que a bancada mato-grossense no Senado, composta por Wellington Fagundes (PL), Jayme Campos (União) e o suplente José Lacerda (PSD), é do baixo clero, como fica evidenciado na composição da CPI do Crime Organizado, com 11 titulares e seis suplentes, sem presença mato-grossense.

Mato Grosso está no epicentro do crime organizado no Brasil.

Com 983 km de fronteira com a Bolívia, dos quais 730 km em solo firme, numa vastidão fronteiriça que é praticamente um vazio demográfico e a única área no país onde a segurança – no plano policial – não é feita pelas Forças Armadas, pois em busca de dinheiro o governo estadual chamou para si a responsabilidade pelo patrulhamento e policiamento ostensivo, para tanto criando o Grupo Especial de Fronteira (Gefron), aquartelado em Porto Esperidião.

A Bolívia é um centro produtor de cocaína e faz de Mato Grosso uma de suas principais rotas para alcançar o eixo Rio-São Paulo e enviar droga para fora do Brasil, além de explorar o comércio formiguinha de cocaína em Cuiabá e nas demais cidades mato-grossenses.

Os três senadores mato-grossenses mesmo excluídos da CPI, deveriam manter um rodízio permanente de acompanhamento de seus trabalhos e sempre que o regimento permitir apresentar sugestões ou registrar questionamento

Parte das drogas apreendidas em São Paulo e no Rio de Janeiro é oriunda da Bolívia e entrou no Brasil por um dos pontos da fronteira de Mato Grosso com a Bolívia nos municípios de Poconé, Cáceres, Porto Esperidião, Vila Bela da Santíssima Trindade e Comodoro.

Por analogia, é a extraterritorialidade do narcotráfico mato-grossense.

Presidida pelo senador Fabiano Contarato (PT/ES), a CPI seguirá seu curso sem a participação dos representantes mato-grossenses no Senado, sem que nenhum deles tenha protestado.

São três figuras do baixo clero, sempre dispostas a operar emendas parlamentares, a defender causas populares, mas que se ausentam no momento em que verdadeiramente deveriam assumir seu mandato.

Os três senadores mato-grossenses mesmo excluídos da CPI, deveriam manter um rodízio permanente de acompanhamento de seus trabalhos e sempre que o regimento permitir apresentar sugestões ou registrar questionamento.

Mais: deveriam elaborar um relatório xomano com todas as informações possíveis sobre o crime organizado no abençoado, ensolarado e surrupiado (por políticos) Mato Grosso.

Enquanto o crime organizado avança por aqui e dá sinais que irá além do estado paralelo, para assumi-lo, o silêncio mato-grossense continua no Senado, que é onde mais sua voz deveria ser ouvida, senão vejamos:

Wellington Fagundes tenta por todos os meios convencer seus correligionários para o indicarem candidato ao Governo.

Jayme Campos teve seu sonho de candidatura ao Governo defenestrado pelo governador Mauro Mendes (União) que apoia o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), e busca outro partido para tentar permanecer delirando com sua volta ao poder, onde esteve no período de 1991 a 1994.

José Lacerda é suplente, mas com todas as prerrogativas de titular.

Nascido em Cáceres, principal cidade da fronteira com a Bolívia, ele deveria ser o primeiro a botar o dedo na ferida, pois sabe muito bem sobre as ações do crime organizado em seu município.

Pobre Mato Grosso acéfalo no Senado.

EDUARDO GOMES é jornalista em Mato Grosso.

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