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Brasil perde R$ 10 bilhões por ano com apostas ilegais: nova campanha tenta virar o jogo

Dados recentes mostram que 46% dos apostadores já colocaram dinheiro em sites falsos ou irregulares, e 78% afirmam ter dificuldade em identificar quais plataformas são regulamentadas.

Promessas de lucros rápidos e ganhos fáceis têm atraído milhares de brasileiros para plataformas de apostas que, muitas vezes, escondem esquemas fraudulentos. Dados recentes mostram que 46% dos apostadores já colocaram dinheiro em sites falsos ou irregulares, e 78% afirmam ter dificuldade em identificar quais plataformas são regulamentadas. As informações são do Instituto Locomotiva, que ouviu duas mil pessoas entre abril e maio de 2025.

O levantamento reforça o avanço do mercado ilegal de apostas no país, que movimenta bilhões sem controle fiscal. Segundo estudo da LCA Consultores, com apoio do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), o Brasil deixa de arrecadar cerca de R$ 10,8 bilhões por ano em razão das bets clandestinas.

Campanha “Chega de bode na sala”

Para combater o problema e orientar os jogadores, o IBJR lançou a campanha “Chega de bode na sala”, que será exibida até o fim do ano em diferentes meios de comunicação, incluindo televisão, rádio, aeroportos, redes sociais e plataformas digitais. O objetivo é ensinar o público a reconhecer sites autorizados pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) e alertar sobre os riscos das apostas fora da regulação.

A iniciativa utiliza o personagem do bode como símbolo de alerta, com o intuito de chamar a atenção para os prejuízos do mercado ilegal, as falsas promessas e a importância da integridade nas apostas. A campanha também destaca o domínio .bet.br, que identifica as plataformas regulamentadas pelo governo e que exigem documentação, verificação por selfie e depósitos vinculados ao CPF do apostador.

Apostas ainda em sites ilegais

Mesmo com o avanço da regulamentação, 73% dos apostadores ainda utilizam pelo menos um site clandestino. Segundo o IBJR, isso ocorre por falta de informação e pelo apelo publicitário de plataformas que oferecem bônus e prêmios irreais. Sites ilegais costumam exibir mensagens como “deposite R$ 50 e ganhe R$ 200”, um tipo de propaganda que é proibido nas plataformas oficiais.

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51% do mercado de apostas esportivas ainda está na clandestinidade. (Foto: Sakina Zeshan/Unsplash)

O instituto reconhece os esforços feitos até agora, mas destaca que ainda há um longo caminho até a consolidação de um mercado de apostas seguro e transparente no Brasil.

Frentes de combate às bets clandestinas

O IBJR atua em três frentes principais para reduzir o impacto das apostas ilegais:

  • Operadores e reguladores (SPA/MF): criação de canal direto de comunicação, remoção de conteúdos irregulares em até 48 horas e envio de relatórios sobre publicidade.
  • Provedores de tecnologia e certificadoras: proibição do fornecimento de sistemas a operadores sem licença e responsabilização solidária por certificações fraudulentas.
  • Instituições financeiras e de pagamento: bloqueio automático de transações suspeitas, relatórios semestrais sobre prevenção à lavagem de dinheiro e integração a sistemas antifraude.

Também foi criado o Índice de Conformidade Regulatória em Apostas (ICRA), que prevê sanções para operadores ilegais, como multas de até R$ 50 mil, suspensão de serviços e restrição ao uso de Pix ou TED em casos de reincidência.

Regras e fiscalização

Desde a entrada em vigor da Lei nº 14.790/2023, estão proibidas apostas que envolvam categorias de base e a participação de menores de 18 anos. As casas de apostas licenciadas só podem operar por meio de instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central.

A regulamentação tem como meta proteger o consumidor, evitar fraudes e combater crimes como lavagem de dinheiro e evasão fiscal.

Desafios e responsabilidade

Além dos prejuízos financeiros, o jogo ilegal expõe os apostadores à ausência de proteção e incentiva práticas criminosas. O IBJR considera que a regulamentação é um passo essencial para a criação de um mercado mais seguro, com mecanismos de controle e rastreabilidade.

Com o uso de tecnologias de monitoramento e análise de comportamento, a instituição aposta na conscientização e na educação dos jogadores como caminho para reduzir riscos e fortalecer o jogo responsável no país.

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