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Proibição de celular nas escolas deve enfrentar resistência

Governo do Estado encaminhou, na segunda-feira (25), projeto de lei que visa proibir o uso de celulares pelos estudantes nas salas de aula da rede estadual

A proposta do Governo de Mato Grosso de proibir celulares nas escolas da rede estadual de ensino pode encontrar resistência de alunos ou mesmo familiares apesar de praticamente existir um consenso sobre a distração que provoca e que afeta a aprendizagem. Exemplos práticos dos desafios a serem enfrentados, especialmente pelos educadores, foram expostos em dois episódios registrados com diferença de poucos dias em Várzea Grande, cidade localizada na região metropolitana.

Há uma semana, estudantes da Escola Estadual Adalgisa de Barros, no Bairro Jardim Aeroporto, protestaram no pátio contra a proibição de uso do aparelho em sala de aula. A unidade escolar adotou uma iniciativa chamada de “colmeia móvel” com pequenas gavetas para guardar os celulares dos alunos. Mas, a decisão enfrenta rejeição.

“(…)E outra coisa, se o celular não é autorizado, a escola se responsabiliza por uma internet decente?”, questiona uma das estudantes durante o ato, momento em que é aplaudida pelos demais presentes. Eles também dizem que não aceitaram a medida porque “ninguém se responsabilizou” pelos aparelhos deixados no recipiente. Vale lembrar que a Adalgisa de Barros é um dos colégios que o Estado busca implantar o modelo cívico-militar.

Outro episódio foi o caso de um professor agredido pelo tio de um aluno que teve o aparelho recolhido. O fato ocorreu na Escola Estadual Dom Bosco, na Cohab Dom Bosco, no último dia 18. Lá, conforme boletim de ocorrência, o estudante filmava a aula sem autorização. Então, o educador tomou o celular do jovem, devolvendo em seguida.

Ao chegar em casa, o adolescente contou o acontecido ao tio, que foi até a escola tirar satisfação. Durante a conversa, a situação escalonou e o suspeito pegou uma garrafa térmica que estava na mesa do educador e o golpeou na cabeça, causando ferimentos.

PROJETO – O governador Mauro Mendes encaminhou, na segunda-feira (25), o projeto de lei que visa proibir o uso de celulares pelos estudantes nas salas de aula da rede estadual. O projeto será avaliado pela Assembleia Legislativa e, se aprovado, segue para a sanção do governador.

Segundo Mendes, a medida é importante para alavancar o desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes. “Nós estamos trabalhando para melhorar a qualidade da educação em Mato Grosso, e essa medida é mais um passo importante nesse sentido. Sempre pensando no aprendizado do aluno e no seu desempenho em sala de aula”, afirmou.

Mendes relatou que uma pesquisa contratada pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) revelou apoio majoritário dos pais à medida. “Após uma pesquisa com mais de um mil pais de alunos da rede pública, 86% deles se mostraram favoráveis à proibição”, destacou.

Mauro Mendes explicou que a iniciativa se inspira em outros estados brasileiros que já trilham o mesmo caminho. No Rio de Janeiro e São Paulo escolas municipais ou estaduais já limitam ou proíbem o uso do aparelho. Entre outros argumentos estão o de que a escola é local de interagir com amigos e ficar no celular atrapalha a convivência social, deixa a criança isolada em sua própria tela.

O secretário de Estado de Educação, Alan Porto, reforçou que a medida é mais uma ação para evoluir o ensino e lembrou que os estudantes da rede estadual possuem os equipamentos mais avançados para contribuir com os estudos em sala, como chromebooks.

MEC – O Ministério da Educação (MEC) também finaliza um projeto de lei que prevê a proibição do uso de celulares em escolas públicas e privadas do país. A medida deve compor um pacote com outras iniciativas discutidas pelo governo para tentar limitar o uso dos equipamentos por crianças e adolescentes em ambiente escolar.

A proibição é defendida pela Organização Mundial da Saúde e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Países como Espanha, França, Portugal, Dinamarca, Bélgica e Reino Unido são alguns dos que já adotaram medidas semelhantes com base em estudos que apontam uma correlação negativa entre o uso excessivo de tecnologias e o desempenho acadêmico.

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