domingo, 22 setembro 2024
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Uso do celular nas escolas atrapalha ou ajuda no aprendizado? Especialistas opinam

Existem mais celulares do que habitantes no Brasil. O dado chocante foi divulgado pela 35ª edição da Pesquisa do Uso da TI, organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). São 258 milhões de aparelhos em uso no país, o que significa uma média de aproximadamente 1,2 celular por pessoa.

Com a massificação dos smartphones, crianças cada vez mais jovens são expostas às telas. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 88% da população com 10 anos ou mais acessaram a internet em 2023, sendo que 98,8% acessam pelo celular.

Debates sobre o uso do celular na infância ganham cada dia mais espaço. Na escola, espaço de formação das crianças, o tema é ainda mais importante. Educadores, psicólogos e pais se preocupam com o tema e reúnem esforços para encontrar a maneira ideal de utilizar a tecnologia em prol do desenvolvimento dos estudantes.

Em Cuiabá, a Prefeitura instituiu a lei nº 6175/2017, que proíbe o uso de aparelhos eletrônicos nos ambientes em que estejam sendo desenvolvidas atividades educacionais. De acordo com o professor Marco Antonio Alves Braga, Secretário-Adjunto de Educação da capital mato-grossense, a determinação é uma forma de orientação às escolas para o controle dos celulares e demais dispositivos.

Os alunos da rede municipal são crianças dos 0 aos 10 anos. Segundo Marco Antonio, a avaliação da Secretaria de Educação é de que este grupo mais jovem não tem motivos para utilizar o celular no ambiente escolar. Ele ainda diz que as escolas da rede municipal desenvolvem atividades ao ar livre e recreios dirigidos para promover a interação das crianças com a natureza e com os colegas.

“Nosso público são crianças de 0 a 10 anos. Então entende-se que as crianças da educação infantil não tem necessidade nenhuma de levar o celular para a escola, inclusive o uso das telas afeta aspectos da vida humana quando usado em demasia. Então, para as crianças pequenas, a nossa orientação é que na escola elas trabalhem com os ambientes, com a natureza. O foco é nas brincadeiras, interações, etc.”, explicou o professor. “No ensino fundamental, nós trabalhamos com o 1º ao 5º ano, também é um público de crianças pequenas, de 6 a 10 anos. A orientação também é que não levem celular para a escola”, completou.

Entretanto, Marco Antonio afirmou que o uso da tecnologia no processo de aprendizagem é imprescindível. Ele destacou que a visão do que é tecnologia está muito ligada aos aparelhos eletrônicos, mas que materiais como uma caneta, de certa forma, também são aparatos tecnológicos. Para o secretário, o que vai ditar o bom ou o mal aproveitamento da tecnologia é a maneira como ela vai ser utilizada. Se utilizado com planejamento e acompanhamento dos professores, pode expandir as possibilidades de aprendizado.

“Estamos falando de tecnologia, e tecnologias precisam ser utilizadas. Quando a gente vai falar em tecnologia, o celular não é a única. A caneta que eles usam é uma tecnologia, todos os materiais que são usados na educação são tecnologia. Se nós falarmos de computadores, de tablets, de notebooks, são ferramentas para o processo de ensino e de aprendizagem, e precisam ser utilizados na medida certa, nós precisamos de equilíbrio e planejamento para essa utilização”, afirmou.

Freepik

criança mexendo no celular

Mestra em Psicologia, Thaísa Soares também acredita que o uso dos celulares e de outros dispositivos eletrônicos pode trazer benefícios para o aprendizado. Ela acredita que o aproveitamento dessas ferramentas, desde que feito com propósito, acrescenta conhecimento aos alunos.

“O uso dos dispositivos tecnológicos pode agregar nas práticas pedagógicas. Tudo isso depende do projeto pedagógico das escolas, do modo que elas adotam suas práticas didáticas, e como esses recursos estarão inseridos no contexto da sala de aula. Isso pode agregar para as pesquisas e para o desenvolvimento de diversos conhecimentos”, explica a psicóloga.

Ela alerta, porém, que o uso indiscriminado do celular nas salas de aula pode atuar como uma ferramenta de distração. Segundo a psicóloga, a chave está na forma do uso. Caso seja utilizado por um motivo diferente do proposto pelo(a) professor(a), o celular atrapalha o desenvolvimento da atividade pedagógica por tirar a concentração do(s) aluno(s).

“A distração está ligada à forma do uso. Por exemplo, está acontecendo a aula, o professor está desenvolvendo uma atividade, e esse estudante usou o celular para uma outra finalidade, um jogo, acesso à internet, isso pode ocasionar uma distração durante a aula e tirar a concentração do que ele estava fazendo antes”, complementou.

Pamella Esteche, 35, é mãe de um menino de 4 anos, matriculado em uma escola da rede municipal. Ela não vê razão para o filho pequeno usar o celular na escola, pois enxerga o ambiente escolar, especialmente na educação infantil, como um espaço de convivência e interação. Para Pamella, o contato da coordenação da escola com o familiar afasta a necessidade da criança levar o aparelho para se comunicar com o responsável.

“Não acho que criança tem que usar celular. Ela está ali para aprender, seja o nível escolar que for. Se for jardim, é pra brincar, ter a convivência com outras crianças. As escolas têm essa questão do contato com os pais bem estruturada, então não tem a necessidade da criança levar o celular pro pai poder saber como a criança está. A escola já tem contato com os pais”, disse a mãe.

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