O mercado de fertilizantes no Brasil vive um momento de atenção, com movimentos que podem impactar diretamente o bolso do produtor rural. A volatilidade dos preços, aliada à dependência do mercado externo, tem gerado incertezas para quem precisa garantir insumos para as próximas safras. Apesar de o Brasil ser um dos maiores exportadores de alimentos do mundo, a dependência de importações, especialmente de potássio, deixa os agricultores vulneráveis a oscilações globais e variações cambiais.
Em julho, o Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) subiu para 1,11, refletindo um aumento nos preços dos fertilizantes, mesmo em um cenário de queda nos valores das principais commodities agrícolas. No último mês, os fertilizantes tiveram um incremento médio de 3%, com o superfosfato simples (SSP) apresentando a maior alta, de 6%. O fosfato monoamônico (MAP) seguiu de perto, com um aumento de 5%, e a ureia registrou um ajuste de 1%. Em contrapartida, o cloreto de potássio (KCl) não sofreu alterações em seu valor.
No cenário internacional, a safra nos Estados Unidos continua promissora, conforme os dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). No Brasil e na América do Sul, os sinais também são positivos, com ajustes na produção e na produtividade, especialmente na segunda safra brasileira.
A dependência do Brasil em relação ao potássio, por exemplo, é particularmente preocupante, dado que 96,5% do cloreto de potássio (KCl) utilizado no país é importado. Essa vulnerabilidade é exacerbada por tendências de alta nos preços internacionais, que podem impactar negativamente o produtor brasileiro, especialmente com a recente valorização do dólar. Desde o início de 2024, o preço do potássio tem mostrado uma trajetória de alta, o que pode pressionar ainda mais os custos de produção das lavouras nacionais.