Em 2012, eles representavam cerca de 3,3% da proporção dos trabalhadores formais no país. Dez anos depois, essa proporção aumentou para 5,8%. Em números absolutos, isso representa mais de 3 milhões de idosos.
Mas se você se está achando que se trata apenas de “vovôs e vovós” cansados de ficar em casa, precisa ver esse outro dado da pesquisa: a maioria desses profissionais ocupam cargos com baixa qualificação e salários.
São motoristas, cozinheiros, vigias… ou seja, embora a pesquisa não afirme isso categoricamente, dá pra supor que se trata de pessoas que precisam continuar trabalhando.
Entre as profissões com mais qualificação e salários maiores, como médicos, advogados e engenheiros, o número de aposentados que ainda estão no mercado de trabalho formal é menor.
A culpa é da Reforma da Previdência?
Os números sugerem que sim, já que a Reforma da Previdência passou a valer em 2019.
Desde as regras mudaram, passou a existir uma idade mínima para se aposentar: 65 anos para os homens e 62 anos para as mulheres. Um fator que, por si só já explicaria o fato de haver mais pessoas com mais de 60 anos ainda no mercado formal de trabalho.
Além disso, as regras para o tempo de contribuição também ficaram mais rígidas e foram alteradas no caso do cálculo da contribuição. Em outras palavras, tem gente recebendo menos do que esperava, o que pode também pode explicar a decisão de continuar trabalhando.
Estamos mais velhos
Lembrando que as mudanças foram necessárias porque estamos ficando mais velhos. Os gastos públicos com a Previdência só aumentam e não há uma expectativa de mudança para isso.
Na realidade, as projeções são de que, já em 2035, teremos mais pessoas se aposentando do que entrando no mercado de trabalho.