Nos últimos 37 anos, a Amazônia perdeu cerca de 44 milhões de hectares de floresta, o equivalente a 12% de sua extensão original, segundo um novo levantamento do MapBiomas. A área desmatada entre 1985 e 2021 equivale a dez vezes a do estado do Rio de Janeiro. Da mesma forma, o bioma também registrou uma diminuição de 14,5% de sua área ocupada por corpos d’água neste período.
O Pará desponta como o estado amazônico com a maior perda de floresta no período. Pouco mais de 35% de suas áreas florestais nativas foram convertidas para a agricultura ou para a pecuária. Já Roraima foi o que mais perdeu superfície de água, com uma redução de preocupantes 53%. “A perda de água é consequência direta do desmatamento, da supressão da floresta. As árvores transferem água para a atmosfera, no processo de evapotranspiração. Se o bioma perde floresta, o ciclo hidrológico fica abalado”, explicou Luís Oliveira, do Imazon e do MapBiomas, a’O Globo.
Outra preocupação está no avanço do garimpo. No ano passado, de acordo com a análise do MapBiomas, a extração de ouro respondeu por três em cada quatro hectares (74%) identificados como mineração na região amazônica. Do total de área ocupada pelo garimpo (pouco mais de 317 mil hectares), 64% foram mapeados no Pará, estado que também registrou a maior expansão urbana desde 1985.
“O atual modelo de desenvolvimento econômico, baseado na conversão descontrolada de áreas de vegetação natural, coloca o Brasil frente a graves problemas no atual cenário de mudanças do clima”, destacou Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas, citado pelo g1. Metrópoles e TV Cultura também repercutiram esses dados.
Em tempo: No último final de semana antes da celebração do Dia da Amazônia, a floresta experimentou seu 2º pior dia de incêndios dos últimos 20 anos. Segundo o INPE, somente na última 6a feira (2/9) foram identificados 3.333 focos de calor, montante que perde apenas para o registrado no dia 22 de agosto passado (3.358). A informação é da MetSul. Em apenas três dias deste setembro o INPE registrou 8.740 focos de incêndio na Amazônia, praticamente a metade de todos os focos de incêndio registrados durante todo o mês de setembro de 2021.
